segunda-feira, 27 de julho de 2015

Osmar Santos - O pai da matéria




Salve Salve Nerds!




Temos a honra de falar do maior narrador da história do país, Osmar Santos. Ele, que encantou milhões de torcedores durante décadas e sempre reavivou a magia do rádio esportivo em nossos corações. Vamos falar um pouco da história desse ícone da comunicação brasileira e que transformou a maneira de se transmitir futebol.

Osmar Santos nasceu em 1949, no dia 28 de julho. Desde novo trabalhou no rádio, já no interior paulista, ele é de Osvaldo Cruz. Foi estudar em São Paulo e lá arrumou emprego como locutor esportivo. O narrador é formado em Educação Física, Administração e Direito. Na capital paulista, começou na rádio Jovem Pan, depois passou pela Record e terminou na rádio Globo. Na Rádio Globo, contava com uma equipe recheada de craques do rádio, como Loureiro Júnior e Carlos Aymard nos comentários e Fausto Silva, Roberto Carmona e Henrique Guilherme como repórteres de campo. Sim, Faustão era repórter esportivo e estava na melhor equipe do rádio brasileiro.

Além dos repórteres e comentaristas, Osmar criou na Globo uma equipe de narradores, com Oswaldo Maciel e os irmãos dele: Oscar Ulisses e Odinei Edson. A equipe existe até hoje na Rádio Globo e é supervisionada por Osmar Santos, mesmo que indiretamente nos trabalhos. Seu irmão Oscar Ulisses segue na Globo, enquanto Odinei Edson narra a Fórmula 1 na Band. Seu primo, Ulisses Costa, também narra jogos na Band.
Osmar chegou a trabalhar também na televisão, conciliando trabalhos na telinha e no rádio, que era a sua grande paixão. Ele narrou as Copas do Mundo de 1986 e 1990 para a TV Globo e Manchete.

Uma das maiores marcas do narrador são os seus bordões: "Ripa na chulipa e pimba na gorduchina". Gorduchinha é o apelido que Osmar deu para a bola de futebol. Inclusive, a Topper fez uma bola chamada Gorduchinha, que foi usada no Campeonato Paulista. "Um pra lá, dois pra cá, é fogo no boné do guarda", "Sai daí que o jacaré te abraça, garotinho", "No carocinho do abacate", "Vai garotinho porque o placar não é seu", "Tiro-lirolá, tiro-liroli" e "Animal", que marcou como o apelido dado a Edmundo.

Por todo o seu carisma, Osmar foi chamado para ser o locutor dos grandes discursos que pediam eleições diretas em 1984 no Brasil. Ele era a pessoa que unia os diferentes partidos e visões políticas presentes nas manifestações e que talvez perderiam o controle se não houvesse alguém com carisma suficiente.

Infelizmente, em 1994 a carreira de Osmar Santos se encerrou. Quando viajava de Marília para Lins, em São Paulo, o narrador se envolveu em um acidente com um caminhão, dirigido por um motorista bêbado. As consequências do acidente foram graves, afetando inclusive a voz de Osmar, que hoje pronuncia poucas palavras. Ele se dedica, atualmente, a pintura de quadros como forma de se expressar e desenvolveu grande talento para a arte.



Como forma de homenagear Osmar Santos, nada mais justo do que chamar um narrador para falar do mestre. Trazemos aqui as palavras do nosso amigo e narrador Eduardo Nobre:


A história de mais um vendedor de emoções

Por Dudu Nobre

Quando a gente é criança, sonha em ser muita coisa. Eu já quis ser ascensorista, mexer com informática, super-herói, jogador de futebol... Normal da infância. Mas o esporte bretão sempre esteve em minha vida. É a sina do brasileiro.

Aos poucos fui percebendo que não tinha habilidade com a bola nos pés. Uma catástrofe porque eu queria viver do esporte. E agora? Que profissão seguir? Uma incógnita. Um dia, fui até a locadora e peguei um filme de futebol. Eu tinha 14 anos, há três descobria o que era ser Corinthians. O título impressionou: “23 anos em 7 segundos”. Achei que a emoção maior seria ver as imagens do meu time que saía de um grande jejum de títulos. Mas, fui surpreendido com uma metralhadora de palavras que trazia a emoção de um grito preso na garganta. Versos que hoje sei que são cantados por Maria Bethânia. Mas que traduziram todo o sentimento da massa.

“...Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão...”

Quando ouvi isso fiquei arrepiado. E as minhas dúvidas sobre o futuro sumiram mais rápido que as palavras ditas pelo narrador. Queria e ainda quero passar a vida levando ao torcedor a emoção que só o futebol é capaz de proporcionar.
Hoje sou narrador esportivo. Não sou remunerado, mas exerço a profissão. Acho que não chegarei ao nível dessa lenda. Mas se um dia pudesse encontrá-lo eu diria: Obrigado Osmar Santos. Obrigado por criar o céu para que eu pudesse fazer meu sonho voar.






Em 2005, foi produzido um pequeno documentário sobre Osmar Santos. Alunos da PUC São Paulo entrevistaram vários personagens do jornalismo esportivo brasileiro, narradores e comentaristas. É incrível ver vários profissionais de referência falando com alegria do pai da matéria, do narrador que mudou o rádio. Confira abaixo:






A partir de amanhã, a ESPN começa a transmitir um documentário sobre o narrador, que conta também com várias personalidades falando do trabalho incrível que ele fazia. Você pode conferir a prévia dele AQUI.

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Até mais!

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