terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Os campeões mundiais unificados





O Mundial de Clubes ou a antiga Copa Intercontinental movimentam e movimentaram o final de ano no futebol com os clubes querendo fechar o ano da maneira mais gloriosa possível, sendo os melhores do mundo. Além dos clubes, logicamente os jogadores também se consagram com uma conquista como essa. Basta vermos o exemplo de Adriano Gabiru, eterno ídolo do Internacional no gol do título do time em 2006 diante do Barcelona.
Ser campeão mundial de clubes já é uma grande honra. Imagine ser campeão mundial de clubes e também pela seleção nacional no mesmo ano. Foi isso que ilustres jogadores conseguiram desde 1962, data da primeira Copa do Mundo e Intercontinental realizados no mesmo ano, até 2014, ano da última Copa. Veja abaixo os jogadores que conseguiram "unificar" os títulos mundiais em um mesmo ano.



Em 1962, a seleção brasileira levou pela segunda vez a Copa do Mundo, realizada no Chile. A final foi contra a seleção da Tchecoslováquia e vencemos a final por 3 a 1. Nesse time, estavam seis jogadores do Santos: Gilmar Neves, Zito, Pelé, Pepe, Coutinho e Mengálvio, Todos os seis, no mesmo ano, jogaram o intercontinental contra o Benfica histórico de Euzébio. Na final, os jogadores do Santos e da seleção venceram o primeiro jogo em Portugal por 3 a 2 e o segundo por 5 a 2 no Maracanã. Pelé, Coutinho e Pepe fizeram os oito gols do Santos no intercontinental.




Vinte e quatro anos depois, em 1986, a Argentina conquistou o segundo título mundial. Os argentinos venceram a decisão diante da Alemanha por 3 a 2, gols de Brown, Valdano e Burruchaga. Pumpido, o goleiro, e Enrique, meia, estavam no elenco campeão e que também jogaram o intercontinental pelo River Plate contra o Steaua Bucaresti, da Romênia. Os millionarios venceram por 1 a 0, gol de Alzamendi. Pumpido e Enrique foram titulares na partida.



Ronaldo e Roberto Carlos no elenco galático do Real
Em 2002, na Copa do Mundo da Coreia e do Japão, a seleção brasileira conquistou o glorioso pentacampeonato mundial. Na finalíssima, contra a Alemanha, Ronaldo brilhou e marcou os dois gols do título. E o próprio Ronaldo, junto com Roberto Carlos, que fazia parte do time titular brasileiro, jogaram o intercontinental pelo Real Madrid. O Real encarou o Olímpia, do Paraguai, vencendo com gols de Ronaldo e Guti. Assim, Ronaldo e Roberto Carlos foram os primeiros campeões mundiais por clube e seleção de diferentes países. 



Foto: Marcio Machado/Zuma Wire
Doze anos depois, no Brasil, a seleção alemã, depois do fatídico 7 a 1, venceu sofridamente a Argentina na decisão, por 1 a 0, gol de Mario Gotze. Do elenco, Toni Kroos e Khedira estavam no tetra alemão e na campanha do Real Madrid, que jogou o Mundial em 2014. Os merengues encararam o San Lorenzo e venceram por 2 a 0, gols de Sergio Ramos e Bale. 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Copa Africana de Nações - Quartas de final




O ganês Andre Ayew comemora o gol marcado contra a RD Congo - Foto: AFP


A Copa Africana de Nações chega para o mata-mata e já teve as quartas de final bem disputadas. Conforme havíamos prometido no post anterior, vamos com o que aconteceu nos dois últimos jogos da fase de grupos no grupo D, e após com os confrontos das quartas.

GRUPO D

Valendo a liderança do grupo, Egito e Gana se enfrentaram. Logo aos 11 minutos, Salah cobrou falta perto da área e com categoria, de perna esquerda, ele mandou fora do alcance do goleiro e marcou um belo gol. Final 1 a 0 Egito, passando em primeiro e Gana em segundo no grupo.



No outro jogo do grupo, Mali precisava vencer Uganda e torcer por uma derrota do Egito para se classificar. Após uma primeira etapa até disputada, foi no segundo tempo que os gols resolveram sair. Aos 24 minutos, Farouk Miya resolveu arriscar o chute de fora da área e fez um golaço, 1 a 0 Uganda. E o empate de Mali saiu em outro golaço. Bissouma cobrou falta de bem longe e mandou onde a coruja dorme. Final 1 a 1 e ambas as seleções desclassificadas.




QUARTAS DE FINAL

Já nas quartas de final, Burkina Faso e Tunísia fizeram um jogo equilibrado e com várias chances de gol para os dois lados. Aos 35 minutos, Aristide Bance, em bola rolada na falta, chutou forte para marcar o primeiro de Burkina. No desespero total, a Tunísia foi toda para o ataque. Em um avanço que não deu certo, contra golpe mortal de Burkina Faso. A bola chegou em um chutão para Nakoulma, que avançou, driblou o goleiro, que correu para tentar cortar a bola, correu e chutou para o gol vazio para marcar o segundo. Final Burkina Faso 2x0 Tunísia e vaga na semifinal garantida. 




Na outra partida, Senegal e Camarões fizeram um duelo bem equilibrado e tenso, que acabou em zero a zero no tempo normal, indo para os pênaltis. Nas penalidades, apenas Sadio Mane errou, para Senegal, e classificou Camarões para a semifinal. O jogador do Liverpool ficou inconsolável com o erro e a eliminação.





No domingo, República Democrática do Congo e Gana jogaram pela semi final. O jogo teve várias grandes chances de gol na primeira etapa, porém foi no segundo tempo que os gols saíram. Aos 17 minutos da etapa final, grande toque de Andre Ayew para Jordan Ayew, que em boa posição avançou e chutou para abrir o marcador a favor de Gana. O empate veio cinco minutos depois. M'Poku arriscou um chutaço de fora da área e fez um golaço para o Congo. Aos 27, Mutambala derrubou Atsu na área, penalidade. Na cobrança, Andre Ayew converteu e classificou Gana para mais uma semi final de Copa Africana.



Fechando as quartas de final, Egito e Marrocos jogaram.As duas equipes fizeram um jogo bem aberto e com várias oportunidades de gol, mas não conseguiam marcar o gol da classificação. O drama seguiu até aos 42 minutos da etapa final, na bacia das almas, quando em escanteio, Kahraba aproveitou a sobra de bola e mandou pro gol. Final 1 a 0 Egito. 




As semi finais acontecem quarta-feira com Burkina Faso e Egito e na quinta com Camarões e Gana. 



quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Copa Africana de Nações - Rodada 3



Traore comemora o gol feito por Burkina Fasso - Foto: AFP


Terceira e última rodada da fase de grupos da Copa Africana de Nações, com os cruzamentos do mata-mata e os eliminados definidos.

GRUPO A

No primeiro jogo do grupo A, Camarões e Gabão ficaram no empate. Com o resultado, os donos da casa, o Gabão, foram eliminados após três empates. Já Camarões somou cinco e passou em segundo, atrás de Burkina Fasso.

E na segunda partida, aí sim, tivemos gols. Burkina Fasso precisava vencer para se classificar, e assim fez diante de Guiné-Bissau. Aos 12 minutos, cruzamento sem muita direção na área, mas o zagueiro Rudinilson Silva desviou e enganou o goleiro, marcando o gol contra o próprio patrimônio, 1 a 0 Burkina Fasso. Na segunda etapa, aos 13, Nakouma recebeu passe, fugiu da marcação e tocou para Traore marcar o segundo. Final 2 a 0.


GRUPO B

Pelo grupo B, Senegal e Argélia jogavam para permanecerem vivos na competição. E a partida começou com a Argélia saindo na frente. Aos 10 minutos, Slimani recebeu cruzamento a meia altura de Hanni e completou para a rede, 1 a 0. No finalzinho da primeira etapa, aos 43, Diop aproveitou sobra do cruzamento e chutou para empatar para Senegal. Aos sete minutos da etapa final, Mahrez recebeu longo cruzamento da defesa, avançou e da área cruzou para ele, Slimani, marcar de novo. Mas, no minuto seguinte, Diouf avançou com a bola na intermediária, foi bloqueado e na sobra Sow chutou forte para empatar de novo e fechar o placar, 2 a 2. Senegal passou em primeiro no grupo e a Argélia deu adeus com apenas dois pontos.



Fechando o grupo, Zimbábue e Tunísia fizeram um jogo de muitos gols. A Tunísia fez um primeiro tempo memorável e quase implacável diante do adversário, com impressionanes quatro gols anotados. O primeiro tento foi anotado por Sliti aos 9 minutos, após chegar chutando de fora da área um escanteio desviado. E o segundo veio aos 22. M'Sakini tabelou com Sliti e chegou com espaço para chutar e marcar. Aos 36, Nagguez fez bom passe para Khenissi, que de frente para o goleiro não desperdiçou, 3 a 0. Diminuindo, aos 42, Musona recebeu na ponta esquerda da área, chapelou o marcador, limpou outro e marcou um golaço, 3 a 1. Ainda no primeiro tempo, tivemos tempo para mais um gol da Tunísia. Aos 45, Khenissi foi derrubado na área por Nhamoinesu, pênalti. Na cobrança, Khazri não desperdiçou e ampliou, 4 a 1.
Na segunda etapa, aos 13, Ndoro recebeu em grande contra golpe do Zimbábue e fez o segundo da seleção. Final 4 a 2. A Tunísia se classifica com o resultado e o Zimbábue terminou em último na tabela.



GRUPO C

Precisando vencer para se classificar por conta própria, a seleção do Marrocos encarou a Costa do Marfim, já sem muitas condições de passar. O único gol da partida saiu aos 19 minutos da etapa final. Em contra ataque, Alioui tabelou com En-Nesyri e arriscou o chute de longe, marcando um golaço. Fina l a 0 Marrocos, classificado em segundo no grupo.




No outro jogo do grupo, o Togo precisava vencer a República Democrática do Congo, torcer por um empate entre Costa do Marfim e Marrocos  e tirar o saldo negativo de gols para se classificar. Porém, nenhum desses resultados aconteceu. Aos 29 minutos, Kagananga recebeu um lançamento do campo de defesa de Mbemba, venceu o marcador e tocou para abrir o placar. Já na segunda etapa, aos 9 minutos, o goleiro de Togo, Tchagouni, cobrou o tiro de meta, mas não se deu muito bem. A bola foi rebatida no meio campo e chegou no ataque para Ndombe, que se aproximou da área e tocou por cobertura para marcar 2 a 0. 
Aos 24 minutos, cruzamento na área, Adebayor dominou a bola, ajeitou para o companheiro e ele rolou para Ametepe chegar chutando e diminuir, 2 a 1. Em falta na entrada da área, aos 35 minutos, M'Poku cobrou quase no ângulo, sem chances para o goleiro. Final 3 a 1. 





Esse post deveria sair amanhã, para assim termos os resultados do grupo D. Porém, não teremos como acompanhar e nem postar, portanto esse post aqui sairá sem os gols do grupo D e o próximo, já com os resultados das quartas de final, terá os possíveis gols restantes de Egito x Gana e Uganda x Mali. 

domingo, 22 de janeiro de 2017

Copa Africana de Nações - Rodada 2



Mane e Keita comemoram o gol senegalês - Foto: AFP/Getty Images



Segunda rodada nos grupos da Copa Africana de Nações e a disputa segue acirrada na maior competição do futebol africano.

GRUPO A:

Gabão e Burkina Faso se enfrentaram e mais uma vez as equipes ficaram no empate. No lançamento despretensioso da defesa, Nakoulma dividiu no ar com o zagueiro de Gabão, tomou a bola, limpou dois marcadores e chutou tirando do goleiro dentro da área para abrir o placar, 1 a 0 Burkina Faso. O empate dos donos da casa veio quinze minutos depois. Aubameyang recebeu grande lançamento e ao driblar o goleiro adversário foi derrubado. Na cobrança, o camisa nove mandou no canto esquerdo e empatou o jogo. Final 1 a 1.



No outro jogo do grupo, Camarões encarou Guiné-Bissau. E Guiné começou o jogo com um golaço. Aos 13 minutos, Piqueti tomou a bola na defesa, no quique deu um chapéu no adversário, depois passou por outro e avançou para próximo da área. Limpou mais dois marcadores e chutou com categoria sem chances para o goleiro, 1 a 0. Aos 16 minutos da segunda etapa, Siani começou a reação camaronesa. Ele recebeu passe na entrada da área e chutou de primeira para empatar. E aos 33, Bassogog fez boa jogada na lateral e tocou para trás. Ngadeu-Ngadjui recebeu e chutou forte para virar o jogo. Final 2 a 1 Camarões.


GRUPO B

Começando a segunda rodada do grupo, a Argélia jogou diante da Tunísia. O primeiro gol da partida saiu aos cinco minutos da etapa final. Sakni chegou da esquerda e chutou cruzado, a bola desviou em Aissa Mandi, enganou o goleiro e foi pro gol. Aos 21 minutos, lançamento despretensioso, mas o zagueiro Ghoulam não conseguiu recuar e perdeu a bola para Khazri, que avançou e só foi parado pelo mesmo Ghoulam, que fez pênalti no camisa 10. Naim Sliti cobrou e mandou pra rede, 2 a 0. Nos acréscimos, Guedioura fez jogada na lateral e cruzou para a área, onde Hanni completou pro gol. Final 2 a 1 e situação complicada para a Argélia. que tem apenas um ponto somado.



No segundo jogo do grupo na rodada, um dos favoritos, Senegal, encarou o Zimbábue. Aos 9 minutos, contra golpe rápido de Senegal. Keita avançou na lateral e chutou/cruzou, a bola passou no meio da área e Mane chegou do lado da trave para marcar. E aos 13, já para fechar a conta, Henri Saivet cobrou falta com categoria e fez. Final 2 a 0 Senegal. 




GRUPO C

Começando a segunda rodada do grupo C, um bom jogo entre Costa do Marfim e República Democrática do Congo. E o Congo saiu na frente. Aos 10 minutos, Kebano recebeu passe na área de Kabanango e chutou fora do alcance do goleiro. A Costa do Marfim correu atrás e aos 25, Gradel cobrou escanteio para Bony completar de cabeça e empatar, 1 a 1. Porém, três minutos depois, Ndombe veio pela direita e cruzou na área para Kabanango cabecear e virar de novo o jogo. E já na segunda etapa, aos 22 minutos, Die recebeu na intermediária, avançou, passou por dois marcadores e de fora chutou no canto para empatar. Final 2 a 2.





Na outra partida do grupo, o Marrocos jogou contra Togo. E o Togo saiu na frente com Dossevi. Aos cinco minutos, contra ataque mortal togolês, troca rápida de passes que chegou no atacante, que completou para o gol. A reação marroquina começou aos 14 minutos. Bouhaddouz estava bem posicionado no escanteio e completou de cabeça para empatar. E não muito depois, aos 21, Fajr cobrou falta e Saiss desviou para marcar o segundo, 2 a 1. Já na segunda etapa, aos 27, En-Nesyri recebeu na intermediária, chutou e o goleiro aceitou. Final 3 a 1 Marrocos. 




GRUPO D

Fechando a segunda rodada, pelo grupo D Gana e Mali se enfrentaram. E o único gol da partida foi anotado pelo ídolo ganês Asamoah Gyan. Aos 21 minutos, após receber longo lançamento, Ayew cruzou para Gyan, que apareceu na área para cabecear e marcar. Final 1 a 0.




No outro jogo do grupo, o Egito encarou Uganda. E quando parecia que mais uma partida se encaminharia para o empate, na bacia das almas o gol apareceu. Aos 44 minutos do segundo tempo, contra golpe rápido do Egito, que trocou passes até a bola chegar em Salah, que limpou o marcador e tocou para Ibrahim Said, que chutou para marcar o gol da vitória egípcia. Final 1 a 0.




quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Entrevista - Leonardo Miranda e a tática no futebol



Estudo e valorização da tática se tornam fundamentais no futebol atual - Fonte: Footstats

No futebol que podemos chamar de moderno, toda e qualquer informação a mais para os times vale muito, principalmente para os resultados dentro de campo. A difusão desses estudos e de todo o trabalho para se entender o futebol de uma maneira diferente e mais ampla vem ocorrendo gradualmente. Para falar sobre o assunto, fomos conversar com o jornalista Leonardo Miranda, um dos grandes especialistas no assunto no Brasil.

Como você se interessou por estudar e trabalhar com a tática no futebol?

Comecei a gostar de futebol com mais ou menos 15 anos já com esse olhar mais para o técnico, as estratégias e como as peças se encaixavam. 

Você tem alguma referência de jornalista que trabalhe com tática e de certa forma o inspirou para seguir no trabalho?

Me inspirei bastante em sites estrangeiros e aqui no Brasil com o Paulo Vinícius Coelho. Como fui um dos primeiros a falar do assunto na grande mídia, simplesmente não havia muito em quem se inspirar. Hoje temos grandes profissionais dando esse olhar mais técnico.

Tem algum treinador brasileiro que você acredita ser no nível próximo ou igual dos treinadores europeus quando se fala em tática?

São vários: Tite, Roger Machado, Zé Ricardo, Eduardo Baptista, Dorival Júnior, Zago e tantos outros...há uma grande reciclagem e também um bom número de profissionais da base e de análise de desempenho que estão ganhando mais espaço.

E qual treinador estrangeiro você acredita que seja a grande referência no estudo e aplicação da tática nos clubes que treinou?

Acho que Jurgen Klopp, Tomas Tuchel, Guardiola e Sampaoli são referências em tática por onde passaram.

Imagem de análise via No Teclado

Na televisão, principalmente a cabo, os jornalistas vem trazendo mais números e usando os recursos tecnológicos para mostrar mais a movimentação das equipes e os dados estatísticos. Você acredita que isso seja uma tendência e que a análise do futebol pelos jornalistas será mais baseada nesse lado do que apenas nos lances factuais do jogo?

Acredito que há espaço para tudo, e que o público quer ver uma análise mais qualificada, o que não inviabiliza outros formatos e conteúdos. É uma tendência e o jornalismo viu que o público gosta e absorveu isso.

Muitos comentaristas, a maioria ex-atletas, ainda defendem a discussão dos lances do jogo e desvalorizam o uso das estatísticas e da análise tática. Porque você acha que ainda há esse medo ou preconceito com a análise tática por parte desses profissionais?

Respeito opiniões e acredito que tudo o que é novo provoca esse estranhamento. A história nos mostra que sempre quando há um avanço, em alguma área, há também um processo contrário contra esse avanço. É o mesmo: técnicos, jornalistas e jogadores que priorizam a tática já sofreram esse efeito, mas o próprio futebol vem mostrando que os que criticam vem ficando para trás. O preconceito machuca, mas em alguns anos sempre se mostra a pior escolha.

Recentemente, vários treinadores brasileiros falaram que o estudo e a preparação dos treinadores não é algo realmente necessário, que os conhecimentos práticos seriam suficientes. Como você acha que essa visão mais ampla do futebol, com maior formação, pode ser difundida entre os treinadores?

Sinceramente, vi poucos treinadores falando isso. Recentemente, só o Renato Gaúcho. De resto, a maioria reconhece como é importante a atualização, o estudo e a integração entre diversas áreas do conhecimento.
Foto: Victor Salgado / Barcelona


Você acredita que a implantação de um mesmo esquema de jogo em um time, desde a base, como feito no Barcelona e mesmo na seleção alemã, é um dos fatores iniciais importantes na formação de um time de qualidade se pensando a médio e longo prazo? 

Sim, com certeza. Além do esquema, o que importa é o modelo de jogo. É ele que deve ser praticado desde a base para que ela dê frutos para o time principal, sabendo que, de um grupo de 20 jogadores do sub-20, se 4 vingarem no principal já é um número alto. Mas para isso é preciso tempo, estabilidade política e preparo metodológico, o que sabemos que é uma utopia no Brasil.

No futebol atual, podemos dizer que não há uma fórmula para a vitória, se falando em esquemas táticos? Porque por algum tempo muito se falou em copiar e usar o esquema do Barcelona de Guardiola ou da seleção espanhola e alemã, porém depois vimos, com Simeone no Atlético de Madrid e mesmo no Leicester de Ranieri, que o resultado pode ser alcançado sem tanta posse de bola e em um estilo de jogo com trocas rápidas de bola, bem diferentes da posse massiva de bola dos exemplos citados. 

Acredito que nunca houve fórmula para o futebol. É possível ganhar de diversas maneiras, jogando de diversas formas. O choque entre Barcelona e Atlético de Madrid, depois o Leicester, nos ensinou muito bem isso, algo que andava sendo esquecido no auge do Barcelona, entre 2010 e 2012. Tudo depende do modelo de jogo, das escolhas do treinador e das características individuais do elenco. O papel de qualquer treinador é pensar o jogo partindo de suas ideias e de seu elenco. Não existe ideia boa ou ruim, apenas escolhas.

Que livros ou que materiais você recomenda para os jornalistas, futuros jornalistas e mesmo torcedores conheçam mais de tática?

"Guardiola Confidencial", "A Pirâmide Invertida", "Virando o jogo" e outros.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Análise das Finais de Conferência - NFL 2016/17




Com a chegada das finais de conferência, a NFL fica ainda mais emocionante. Atlanta Falcons e Green Bay Packers se enfrentam pela final da NFC (National Football Conference) enquanto New England Patriots e Pittsburgh Steelers duelam pela AFC (American Football Conference). Seguem as análises dos confrontos e os palpites. 

Atlanta Falcons x Green Bay Packers Domingo – Georgia Dome, 18h05

Foto: Benny Sieu - USA Today Sports

Os Falcons e seu ataque insano recebem os Packers para um jogo de ataques insanos. Como os dois times são muito ofensivos, o que mais se espera é a “troca de tiros” entre Aaron Rodgers e Matt Ryan. No entanto, a defesa de Green Bay foi a segunda que mais cedeu jardas aéreas na temporada regular estando em um patamar parecido com a dos Falcons que teve a quinta maior marca. Tendo isso em vista teremos um jogo de muitos pontos. 

Relação defesa x ataque corrido

Um outro ponto equilibrado do confronto é a relação de defesas e ataques se tratando de corridas. Green Bay teve a oitava maior marca contra o jogo corrido enquanto Atlanta teve a quinta maior marca de jardas correndo com a bola. Atlanta teve a décima sétima marca contra o jogo corrido e os Packers tiveram a vigésima marca em jardas correndo com a bola. 

Previsão

A promessa é de um jogo emocionante e talvez a melhor coisa não seja se apegar totalmente nos números. Os Packers têm um time mais copeiro e provavelmente vão contar com nomes que não estiveram no último confronto contra Atlanta como: Clay Mathews, Jared Cook, Ty Montgomery, Randall Cobb e Damarious Randall. Esses nomes devem endurecer o confronto e dar uma ajuda para Aaron Rodgers e sua mão santa contra um poderoso Atlanta Falcons.

New England Patriots x Pittsburgh Steelers Domingo – Gillete Stadium, 21h40

Foto: Jim Rogash / Getty Images

Os Patriots vão para sua sexta final consecutiva da AFC enquanto os Steelers desde que tem o trio Antonio Brown, Big Ben e Le’veon Bell tem uma média de 25,9 pontos desde a semana 11. A defesa dos Patriots também não é boba e recebe apenas (em média) 15,6 pontos por jogo. 
Para superar a terceira maior marca de pontos por jogo da liga (27,6) dos Patriots, os Steelers vão usar e abusar do jogo físico da sua defesa principalmente através dos linebackers Ryan Shazier e Lawrence Thomas. 
Apesar da vitória dos Patriots no primeiro encontro das duas equipes nessa temporada, esse é um matchup que não agrada muito New England. As suas últimas derrotas na final de conferência não agradam muito New England. Equipes com o mesmo biotipo de Pittsburgh (ataques explosivos e defesa físicas) causaram problemas para a equipe de Foxboro. Tal como os Broncos duas vezes e o Baltimore Ravens. No entanto, a defesa de Pittsburgh ainda precisa evoluir um tanto e Big Ben não pode cometer turnovers para que os Steelers saiam com a vitória fora de casa. 

Chutômetro do Lira:

Packers por 4 pontos
New England por 7 pontos

Chutômetro do Xavier 

Falcons por 7 pontos
Patriots por 10 pontos

Copa Africana de Nações - Rodada 1







No último final de semana, começou mais uma edição da Copa Africana de Nações, a competição continental de seleções da África, desta vez realizada no Gabão. Confira abaixo como foi a primeira rodada completa dos quatro grupos nesta primeira fase:

GRUPO A

Pelo grupo A, o Gabão, dono da casa, encarou Guiné-Bissau. E os donos da casa saíram na frente logo aos sete minutos. Aubameyang estava no lugar certo para completar pro gol o chute/cruzamento de Bouanga e marcar. No finalzinho, na bacia das almas, aos 45 do segundo tempo, Juary Soares apareceu bem colocado na área e marcou de cabeça para empatar o jogo. Final 1 a 1.




No segundo jogo do grupo, Burkina Fasso jogou diante de Camarões. Aos 35 minutos da primeira etapa, Moukandjo, de Camarões, se ajeitou, preparou e cobrou com categoria a falta para marcar o gol, 1 a 0. Na segunda etapa, aos 30, Diawara cobrou falta, o goleiro não saiu bem, a bola bateu e rebateu na área até Dayo marcar para Burkina Fasso. Final 1 a 1.




Grupo B

Abrindo o segundo grupo, a Argélia de Mahrez encarou o Zimbábue. E o craque argelino não perdoou em campo. Aos 12 minutos, Mahrez recebeu passe na ponta direita, avançou para a área, puxou para o meio e chutou para marcar 1 a 0. Aos 17, em boa troca de passes na intermediária, Mahachi acertou chute certeiro no canto para empatar, 1 a 1. Aos 29, Bhasera foi derrubado na área, pênalti para o Zimbábue. Mushekwi cobrou e marcou, 2 a 1. Já aos 37 minutos do segundo tempo, Mahrez apareceu novamente para salvar a seleção argelina. O meia recebeu na intermediária, avançou com espaço no meio e arriscou o chute para marcar e empatar, 2 a 2.




No outro jogo do grupo, a Tunísia jogou diante de Senegal. Aos oito minutos, Kouyate sofreu pênalti questionável. Sadio Mane cobrou com segurança e marcou, 1 a 0. Já aos 30 minutos, escanteio cobrado e Mbodji subiu mais alto para cabecear e ampliar. Final 2 a 0 Senegal. 




Grupo C

No terceiro grupo, a rodada começou com o grande jogo entre Costa do Marfim e Togo, jogo entre jogadores como Kalou e Traoré no lado marfinense e Adebayor por Togo. Se havia grandes expectativas para o jogo, em campo as equipes não corresponderam muito e ficaram no zero a zero.

Na outra partida do grupo, a República Democrática do Congo encarou Marrocos. Aos 10 minutos da segunda etapa, Ndombe avançou pelo lado esquerdo, cruzou, o goleiro se atrapalhou do lado da trave, a bola bateu e voltou para o meio da área, onde Kage apareceu para completar para o gol. Final 1 a 0 Congo. 






Grupo D

Pelo quarto grupo, Gana enfrentou Uganda. Aos 32 minutos da etapa inicial, Asamoah Gyan foi agarrado na área por Isinde, pênalti. Na cobrança, Andre Ayew caprichou e marcou. Final 1 a 0 Gana.




Mali e Egito ficaram no zero a zero e não fizeram um jogo de muitas chances.

A segunda rodada começou hoje e ao final dela voltamos aqui para falar dos resultados dos jogos.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Irmão Walfrid e a criação do Celtic





Fachada do estádio do Celtic, com banners do Irmão Walfrid - Foto: Ir. Alan Hargan


Todos os clubes de futebol, sejam os mais antigos ou mais novos, tem uma história de como foram criados e fundados. O Celtic Football Club não foge a regra, mas tem uma fundação diferenciada, foi fundado por um religioso, o irmão Marista Walfrid Kerins.

Para sabermos mais sobre a história do criador do Celtic, o irmão Walfrid Kerins, registrado Andrew Kerins, fomos atrás, além de informações na própria internet, de falar com os irmãos maristas, que tem arquivos falando da vida e obra do irmão Walfrid. 

Nascido na Irlanda em 1840, filho de John Kerins e Elizabeth Flinn, ele iniciou a vida religiosa aos 24 anos. A instituição Marista é focada na educação, portanto o irmão Kerins começou a lecionar aulas em 1865 e chegou a ser diretor de uma escola em Glasgow. Nessa última escola que surgiu o projeto que deu origem ao Celtic. 

Na escola e na paróquia local, o irmão Walfrid criou o "The Poor Children's Dinner Table", que era um projeto para acolher imigrantes irlandeses católicos que vinham para a Escócia e tinham poucas condições financeiras. Não era fácil arrecadar verbas para manter os projetos de caridade dos irmãos maristas e é nessa história que entra o futebol. Em uma partida de um time local, o Hibernian and Clyde, foram arrecadadas 50 libras para a caridade. Os irmãos, vendo que seria uma boa ideia para arrecadar dinheiro aos mais necessitados, decidiram criar um time sob a orientação do irmão Kerins. 

Em seis de novembro de 1887, foi criado o Celtic Football and Athletic Club. Alguns irmãos e idealizadores queriam que o nome do time fosse Glasgow Hibernian, mas o nome acabou vencido pelo Celtic. O time então concretizava a missão de arrecadar fundos para ajudar a comunidade local, nos projetos dos irmãos e da igreja. No documento de fundação da equipe dizia:

"O objetivo principal do clube é fornecer às conferências da região leste de St Vincent de Paul com fundos para a manutenção das "mesas de jantar" dos nossos filhos necessitados, nas missões de Santa Maria, do Sagrado Coração e de São Miguel". 


Time do Celtic em 1888


 Além de organizar partidas beneficentes do Celtic, o irmão Walfrid ajudou a criar equipes novas, que duraram por pouco tempo, além de amistosos entre times existentes, como o Dundee Harp, o Clyde e o Renton. Foram criados pequenos campeonatos, inclusive com entrega de taça ao vencedor, além de uma organização de regras gerais para os jogos. Ele chegou a criar um time para seus ex-alunos, o Columba, que jogava num parque alugado pelo próprio religioso. 

Cinco anos após a fundação do clube, o irmão Walfrid Kerins se mudou para a Inglaterra, em Londres, para seguir os trabalhos como religioso marista. Lá ele ainda seguiu com projetos, mas sem tanta intensidade. A região em que ele trabalhou, inclusive, foi a em que Jack, o Estripador, aterrorizou a população local anos antes. Em 1912, já doente, ele foi levado para a Escócia novamente, onde em Dumfries acabou falecendo aos 74 anos. 

Antes de se mudar para a Inglaterra, Walfrid viu o time ganhar seus primeiros títulos, como a Copa da Escócia e a copa do Nordeste escocês. No quarto ano de fundação, o time ganhou a Copa da Escócia com 40 mil torcedores presentes diante do Queens Park.  O primeiro jogo oficial do clube, inclusive, foi contra o grande rival, o Rangers, vencido por 5 a 2. 

Ir. Emili Turu, superior geral dos maristas, na frente da estátua do Ir. Walfrid Kerins, no estádio do Celtic -
Foto: Ir. Alan Hargan



Um clube de glórias

O Celtic tem uma história muito rica também dentro de campo. Para começo, o time teve o mesmo treinador por incríveis 43 anos, o irlandês Willie Maley. Ele ganhou 16 títulos escoceses entre 1897 e 1940 e 14 Copas da Escócia. Outro grande treinador da equipe foi Jock Stein, que levou 10 títulos escoceses, nove Copas da Escócia, seis Copas da Liga e o principal título da história do time, a Copa dos Campeões da Europa de 1966/67, nossa atual Liga dos Campeões. Todos os jogadores do time campeão europeu foram formados na divisão de base do Celtic.

Willie Maley
Jock Stein

O Celtic detém alguns números impressionantes:

Ficou 62 jogos sem perder, 49 vitórias e 13 empates, entre novembro de 1915 e abril de 1917. A equipe ficou 77 jogos sem perder em casa no Campeonato Escocês, entre 2001 e 2004. Nesse período, venceu 25 jogos seguidos. O time tem a maior vitória em final de copa nacional, 7 a 1 sobre o Rangers. O maior artilheiro da história do time é James McGrory, com 468 (outras fontes dizem 398) gols feitos pelo clube. E o time detém o maior público em competições europeias, 136.505 torcedores diante do Leeds em 1970, e de maior público de um time europeu na história, na final da Copa da Escócia de 1937, com impressionantes 146.433 presentes para o jogo contra o Aberdeen. 
O Celtic soma 47 campeonatos escoceses, 36 Copas da Escócia e 16 Copas da Liga. 

Agradecemos aos irmãos maristas pela grande ajuda no texto. O nosso contato brasileiro irmão João do Prado, o irmão Colin Chalmers e o irmão irlandês Alan Hargan, o qual nos passou dados preciosos do Marista sobre o Irmão Walfrid e do livro "The Celtic Story", escrito pelo irmão marista Clare. 

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

NFL 2016/17 - Prévia das semi-finais de conferência





Por Artur Lira e João Zimmer Xavier

A NFL, com a chegada dos playoffs, se afunila cada vez mais. Depois do wild card os embates começam a ficar mais explosivos nas semi-finais de conferência, por isso cada jogo merece a sua atenção especial. 

Seattle Seahawks x Atlanta Falcons (Georgia Dome, Atlanta) 19h35 – Sábado

Foto: Jim Bryant / UPI
Os Seahawks saem dos seus domínios para enfrentar os Atlanta Falcons no Georgia Dome. A equipe de Atlanta não é tão dominante assim em casa (5-3), mas a equipe de Seattle se sente muito desconfortável fora de casa (3-4-1). A equipe de Seattle vai ter muita dificuldade em lidar com um dos ataques mais fulminantes da liga. Matt Ryan e seu circo aéreo possuem a maior média de pontos por jogo 33,8 e ainda têm a terceira maior marca de jardas aéreas. Além disso, os Falcons ainda têm a quinta maior marca da liga em jardas correndo com a bola. Os Seahawks para ganhar essa partida precisam dominar nos special teams, manter um jogo corrido razoável contra a defesa meia-boca de Atlanta e segurar uma pontuação curta nos primeiros quartos para jogarem especulando com o nervosismo dos donos da casa que não jogam uma partida de playoffs desde 2012. 

New England Patriots x Houston Texans (Gillette Stadium, Foxboro) 23h15 - Sábado

Foto: Elsa/Getty Images
Treino de luxo para os Patriots em Foxboro. A defesa de Houston, uma das melhores da liga (a número 1 da liga em jardas cedidas por jogo), vai ter dificuldades em não deixar Tom Brady engrenar nos passes. Aliás, muito se fala do ataque de New England, mas pouco se fala que os Patriots tem a menor marca de pontos recebidos por jogo (uma média de 15,6). A possibilidade de um massacre de New England é muito grande nesse confronto mesmo em dia bom dos Texans. 


Kansas City Chiefs x Pittsburgh Steelers (Arrowhead Stadium, Kansas City) 16h05 – Domingo

Foto: Tom Puskar
Um jogo equilibrado, sem dúvida. Se de um lado Kansas City tem uma defesa ajeitada que cede muitas jardas, mas que é muito estável na red zone, do outro temos Pittsburgh e seu ataque dinâmico com Big Ben, Antonio Brown e Le’veon Bell que vem crescendo nas últimas partidas. Bell em grande fase vai enfrentar uma defesa que cede cerca de 120 jardas terrestres por partida, uma grande oportunidade para os Steelers controlarem o cronômetro. Pelo outro lado, Kansas tem a oportunidade de estabelecer o seu pragmatismo com Alex Smith, que vai enfrentar uma defesa muito física e provocativa e por isso vai precisar muito do jogo atlético de Travis Kelce. 


Dallas Cowboys x Green Bay Packers (AT&T Stadium, Arlington) – 19h40 – Domingo

Foto: Jeffrey Phelps
Talvez o jogo mais difícil para palpitar o resultado. Dois dos ataques mais explosivos entram em campo em Arlington para decidir quem vai para a final da Conferência Nacional. As duas franquias com histórias muito ricas possuem ataques um tanto distintos. De um lado Dak Prescott, o calouro que colocou Tony Romo no banco, tem a companhia do faminto Ezequiel Elliot. Elliot será de fundamental importância para manter Aaron Rodgers na sideline. Dallas vem dominando a liga por toda a temporada, no entanto Green Bay, que não terá Jordy Nelson, conta com Rodgers em uma versão iluminada contra uma defesa mais frágil do que a que enfrentou no wild card. 


Chutômetro do Lira

Atlanta por 14 pontos
New England por 24 pontos
Pitsburgh por 10 pontos
Green Bay por 4 pontos

Chutômetro do Xavier

Falcons ganha por 6 pontos
Patriots ganha por 21 pontos
Chiefs ganha por 3 pontos
Packers ganha por 4 pontos

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Becoming Zlatan





Um dos grandes atacantes da atualidade, o sempre sincero Ibrahimovic, foi e continua sendo uma atração dentro e fora de campo. Para entender melhor as origens futebolísticas e um pouco dessa personalidade forte do jogador sueco, foi produzido o documentário Becoming Zlatan, dos diretores Fredrik e Magnus Gertten. 

A produção conta a história do craque sueco, no começo pelo Malmo, a passagem pelo PSV e ao final a chegada na Juventus. Com imagens raras e muitas falas gravadas em vídeo do jogador, é mostrado o começo complicado do jovem atacante na Suécia. Tendo personalidade e temperamento forte, o jogador era facilmente provocado pelos adversários e perdia a cabeça em muitas partidas. 

Os companheiros de time e treinadores que trabalharam com ele afirmaram que ele se achava grande, mas não conseguia provar tudo o que era em campo. Aos poucos, ele foi ganhando espaço no Malmo e se tornando o grande jogador da equipe, que quando chegou caiu para a segunda divisão e ele ajudou a reerguer. Ele se tornou o ídolo do time, mas ao mesmo tempo um inimigo mortal das torcidas rivais, pelo comportamento provocador e às vezes agressivo e por ter acabado e desmoralizado com muitas defesas em seus gols. 

Ao mesmo tempo que a história da passagem pela Suécia é contada, já ocorre um pulo para o período em que Zlatan jogou no Ajax, da Holanda. Comprado por nove milhões de euros, ele era a esperança de gols e precisava justificar a contratação mais cara do time até então. Após um ano apagado e por muito tempo na reserva, ele deslanchou e virou o camisa nove que o time sempre havia sonhado. Novamente, quando explodiu em uma equipe, foi contratado por outra. Foi para a Juventus, onde ali já era um grande jogador e com uma cabeça mais no lugar, suportando a pressão e já justificando todo o investimento feito pelos italianos. 

Além de saber mais sobre a carreira desse grande camisa nove, é interessante ver tantas filmagens e arquivos de vídeo que foram feitos sobre o jogador, mesmo ainda no começo da carreira do craque, quando era uma promessa no Malmo. Muitos ex-companheiros, ex-treinadores e dirigentes também falaram sobre vários acontecimentos importantes e que mudaram a carreira de Ibra ao longo dos seis anos entre a estreia no Malmo e a ida para a Juventus. 

Confira o trailer do documentário abaixo:




O documentário está disponível no Netflix

domingo, 8 de janeiro de 2017

Se a Copa já tivesse 48 seleções para 2018






O sonho da Copa para mais seleções - Foto: AFP


Nesse domingo, foi anunciado que a Copa do Mundo, a partir de 2026, terá a participação de 48 seleções, contra 32 que participam desde 1998. Com a mudança, a América do Sul terá 6 vagas + 1 na repescagem, a África 9 + 1, Ásia 8 + 1, Europa 16, Oceania 1 vaguinha e América Central e do Norte 6 + 1.  Seguindo essas regras e a classificação atual das eliminatórias para a Copa de 2018, colocamos as seleções que estariam classificadas no formato novo. Confira abaixo:


América do Sul:



Com o formato novo, das 10 seleções sul-americanas que disputam as eliminatórias, 6 teriam vaga garantida, Assim, Brasil, Uruguai, Equador, Chile, Argentina e Colômbia estariam classificados no momento, enquanto o Paraguai disputaria a repescagem. Apenas Peru, Bolívia e Venezuela ficariam de fora. Restam seis jogos até o fim das eliminatórias sul-americanas. Todas as seleções que se classificariam já disputaram a Copa do Mundo alguma vez.

América Central e do Norte:



Na Concacaf, todas as seleções classificadas para o hexagonal final, que classificará três seleções, no novo modo estariam na Copa. Costa Rica, México, Panamá, Honduras, Trinidad e Tobago e Estados Unidos. A Guatemala, eliminada na fase anterior, como melhor terceira colocada no geral, estaria na repescagem. Faltam ainda oito jogos a serem disputados pelas seleções até o fim das eliminatórias da Concacaf. Panamá e Guatemala, que disputaria a repescagem, nunca disputaram uma Copa. 

Oceania:

Na Oceania, ao invés de a seleção vencedora das eliminatórias disputar uma repescagem, agora terá a vaga garantida na Copa. A eliminatória por lá ainda não chegou ao final, mas a favoritíssima e que foi a vencedora nas últimas vezes foi a Nova Zelândia.

Ásia:

Na Ásia, oito seleções poderão ter o privilégio de disputar a Copa do Mundo. Das 12 seleções que estão na fase final das eliminatórias, apenas quatro ficariam de fora. Estariam classificadas: Irã, Coréia do Sul, Uzbequistão, Síria, Arábia Saudita, Japão, Emirados Árabes e Austrália. O Catar ainda estaria disputando a repescagem. Ainda restam quatro jogos para o fim das eliminatórias asiáticas. Uzbequistão, Síria, Emirados Árabes e Catar (vai disputar em 2022) nunca jogaram a Copa. 

África:


No continente africano, teremos nove seleções participantes do mundial em 2026. Das 20 seleções do continente na fase final das eliminatórias, quase metade estaria classificada. República Democrática do Congo, Nigéria, Costa do Marfim, Burkina Faso, Egito, Tunísia, Camarões, África do Sul e Uganda. O Gabão estaria na repescagem por ser o pior segundo colocado de todos os grupos. Restam quatro jogos até o fim das eliminatórias africanas. Rep. Dem. do Congo, Burkina Faso, Uganda e Gabão nunca jogaram uma Copa do Mundo. 

Europa:


No continente europeu, nada menos que 16 seleções vão poder disputar a Copa em 2026, que é o mesmo número que disputava a Eurocopa até 2012. Suíça, Alemanha, Irlanda, Polônia, Inglaterra, Espanha, Bélgica, Croácia, Holanda, Portugal, Irlanda do Norte, Sérvia, Montenegro, Eslovênia, Itália, Grécia e Ucrânia teriam suas vagas. Faltam seis jogos para o fim das eliminatórias europeias. Das 16 seleções, apenas Montenegro não disputou a Copa ainda, sem contar quando Sérvia e Montenegro ainda eram um país só, e quando o país fazia parte da Iugoslávia e União Soviética. 




Fica a nossa observação que, provavelmente, ou certamente, o formato de classificação das federações que fazem mata-mata ou grupos reduzidos nas eliminatórias será alterado.


sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Prévia dos Playoffs da NFL 2016/17



Por João Zimmer Xavier e Artur Lira

A NFL chega aos tão aguardados Playoffs. Depois de toda a temporada regular, vamos com a análise e o que esperar dos jogos do mata-mata a caminho do Superbowl. Confira:



Miami Dolphins X Pittsburgh Steelers (Em Pittsburgh) 16h05 (Domingo)


Foto: Charles Trainor Jr / Miami Herald


Palpite: Steelers

Com uma sólida defesa e um RB que vem de uma sequência absurda de bons jogos (Le’Veon Bell, mais de 1000 jardas e 7 TDs em 6 jogos), enfrentando uma das piores defesas contra o jogo terrestre de toda a NFL, facilitarão o trabalho do Big Ben. Os desfalques ofensivos de Miami agravam ainda mais a situação. Acredito que o Steelers vence com uma certa tranquilidade. Mesmo o ponto forte de Miami, o running back Jay Ajayi (top 5 da liga em jardas corridas) pode enfrentar uma resistência dura da defesa dos Steelers.


Oakland Raiders X Houston Texans (em Houston) 19h35 (Sábado)

Foto: Troy Taormina /USA Today Sports


Palpite: Texans

Se esse jogo acontecesse 3 semanas atrás, a resposta seria completamente diferente. Os Raiders vêm sofrendo muito com lesões, 2 QBs machucados e uma defesa duvidosa. A fase ruim do time de Oakland faz com que enfrente o pior dos times desses playoffs da AFC sem o status de favorito. Mesmo com o fraco desempenho do Texans apresentado durante a temporada, a defesa deve carregar a equipe para a próxima etapa dos playoffs.

New York Giants x Green Bay Packers (em Green Bay) 19h40 (Domingo)

Foto: Rich Schultz / Gettiy Images


Palpite: Packers

Eli Manning tem sérios problemas jogando no frio de Wisconsin, e o time do Green Bay está embalado com uma incrível recuperação no final da temporada, seis vitórias seguidas, campeão da divisão e com Rodgers como candidato a MVP. A defesa dos Packers que apesar de ceder muitas jardas, pressiona bem o QB e intercepta muito, o que coloca o time dos Giants com sérios problemas. No entanto, a defesa de Nova Iorque pode surpreender neste jogo, que é o mais equilibrado da rodada.

Detroit Lions X Seattle Seahawks (em Seattle) 23h15 (Sábado)

Foto: Troy Wayrynen, USA Today Sports


Palpite: Seahawks*

O asterisco representa a dúvida em relação a saúde de Matthew Stafford. Ele pronto pra jogar deixa os Lions favoritos pra essa partida, mesmo jogando em um estádio muito hostil, com um QB que vem se revelando um monstro em momentos complicados, com várias campanhas de virada durante a temporada. O outro QB do duelo, Russell Wilson, apesar de dinâmico, apresenta muitas inconsistências nessa temporada, e o time não consegue muitos turnovers, o que faz com que a vida de Stafford seja facilitada para desenvolver o forte jogo aéreo.


Chutômetro do Xavier:

Steelers ganham por 14 pontos
Texans ganham por 3 pontos
Packers ganham por 6 pontos
Seahawks ganham por 8 pontos

Chutômetro do Lira:

Steelers por 7 pontos
Texans por 3 pontos
Packers por 3 pontos
Seahawks por 14 pontos

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Estrangeiros da Copa São Paulo





A Copa São Paulo de Futebol Júnior teve sua primeira edição em 1969. Nos primeiros anos, apenas os clubes paulistas participavam, para em 1971 já contar com clubes de outros estados. Apenas em 1980 um clube estrangeiro fez a primeira participação na competição. Nunca, nas 48 edições da Copinha já disputadas, uma equipe de fora do país foi campeã. Muito pelo contrário, os times estrangeiros que vieram não tiveram um bom retrospecto. Confira:

Providencia



Em 1980, na décima segunda edição da copinha, o Providencia, time mexicano, foi o primeiro clube estrangeiro a disputar a competição. A equipe foi eliminada já na primeira fase, com uma campanha de três derrotas: 5x1 para o Marília, 1x0 para o Internacional, que foi o campeão daquele ano, e 2x0 para o Santos. 

Vélez Sarsfield



Em 1981 e 82, o Velez foi o representante estrangeiro na copinha. O clube argentino foi um pouco melhor que o Providencia, mas também não foi muito longe. Em 81, empatou o primeiro jogo com o Internacional em 0 a 0, perdeu por 2 a 1 para a Portuguesa e empatou com o Botafogo de Ribeirão Preto em 1 a 1. No ano seguinte, em dezembro, não em janeiro como habitualmente acontece, o Velez seguiu sem muita sorte. A equipe perdeu para o Palmeiras por 2 a 1, empatou com o Guarani em 1 a 1 e perdeu para o Matsubara por 5 a 3. 

Bayern de Munique



Em 1985, o poderoso Bayern de Munique mandou seus garotos da base para a Copa São Paulo. Se todos esperavam um show de apresentação dos alemães, que foram inclusive campeões alemães daquele ano, viram o contrário. Jogando no grupo A, o time alemão começou perdendo por 4 a 0 para o Santos, depois venceu o América do Rio por 3 a 2 e perdeu por 3 a 0 para o Pinheiros, um dos clubes que originou o Paraná Clube. Ao menos o Bayern foi o primeiro clube estrangeiro a vencer um jogo da copinha.

Universidad Guadalajara


Em 88, o Guadalajara foi a segunda equipe mexicana a se aventurar na maior competição de futebol de base do Brasil. E eles começaram bem, vencendo o São Paulo por 1 a 0. Mas depois, perderam para o Bahia por 2 a 0 e para o XV de Jaú por 3 a 1. 

Boca Juniors



Cinco anos depois do Guadalaraja, em 93, o Boca Juniors tentou a sorte na Copa São Paulo. Porém, seguindo a escrita dos estrangeiros, o tradicional clube argentino não se deu bem. Perdeu para o Vasco por 2 a 0, em um jogo com muitas brigas, perdeu para a Portuguesa por 1 a 0 e para o Juventus por um sonoro 4 a 0.

Peñarol


No mesmo ano, 93, outra tradicional equipe sul-americana apareceu para a copinha. Os uruguaios do Peñarol estavam no grupo G, onde na estreia perderam para o São Caetano por 2 a 0, depois empataram com o Botafogo em 1 a 1 e no final perderam novamente, para o Corinthians, por 2 a 1.

Cerro Porteño



No ano seguinte, o Paraguai estreou na copinha com o Cerro Porteño. O clube iniciou a disputa perdendo para o São Paulo por 4 a 0, perdeu para o Londrina por 3 a 1 e ganhou apenas o último jogo, superando o Volta Redonda por 2 a 1. Quatro anos depois, em 1997, o time voltou a disputar a competição. No grupo A, o clube paraguaio empatou o primeiro jogo, diante do Botafogo da Paraíba por 1 a 1. Foi goleado pelo América Mineiro por 4 a 0 e fechou a conta empatando com o Corinthians por 0 a 0. 

Nagoya Grampus Eight


Em 94, o Nagoya Grampus começou uma dinastia japonesa de participações de clubes do sol nascente. Na estreia, o clube perdeu por 3 a 0 para o Guarani. Depois, levou outra sapatada, perdendo por 7 a 2 para o Flamengo. Para fechar, uma heroica vitória contra o Corinthians de Presidente Prudente por 4 a 3. 

Japão Sub-20



Na Copa São Paulo de 1995, pela primeira vez uma seleção participou. E o sub-20 do Japão mostrou que o futebol do país precisava melhorar. A seleção japonesa iniciou a campanha perdendo para o Guarani por 3 a 1, depois superou o Grêmio por 4 a 3 e perdeu para o Capivariano por 2 a 1. 

Yomiuri Verdy Nippon FC


Em 96, o Yomiuri Verdy fechou a dinastia de participações seguidas de clubes japoneses. Na primeira partida, o time japonês perdeu para o Cruzeiro por 3 a 2, depois levou 4 a 0 do Palmeiras e 4 a 1 do Paulista.

China Sub-20



Em 97, além do Cerro Porteño, a seleção chinesa sub-20 se aventurou em terras brasileiras. Os chineses estrearam diante do São Paulo, perdendo por 1 a 0. No segundo jogo, encararam a Portuguesa e foram goleados por 5 a 2. No último jogo, venceram o União São João por 2 a 1. 

Al Hilal


Após treze anos sem participações estrangeiras, em 2010 o Al Hilal, da Arábia Saudita, fez sua aparição na copinha. No grupo T, o time árabe perdeu por 1 a 0 para o Atlético Paranaense. Em seguida, empatou com o Paulínia por 2 a 2 e fechou a participação perdendo para o Remo por 1 a 0. 

Kashiwa Reysol


Em 2014, o Kashiwa Reysol trouxe novamente o Japão para a copinha. No distante grupo W, o Kashiwa estreou na competição contra o São Paulo, empatando em 1 a 1. Depois, venceu o Grêmio Barueri por 2 a 1 e fechou a primeira fase ganhando do Auto Esporte por 5 a 1. Assim, o time foi o primeiro estrangeiro a passar de fase na Copa São Paulo. Porém, já no mata-mata encararam o Santos e perderam por 4 a 0. O time paulista foi o campeão daquela copinha.

Pérolas Negras



Em 2016, a ONG Viva Rio, que criou o projeto e o time, trouxe uma equipe haitiana para disputar a Copa São Paulo. O Pérolas Negras começou a jornada no grupo 28 diante do Juventus. A equipe acabou perdendo por 2 a 1. No segundo jogo, os haitianos perderam para o América Mineiro por 2 a 1 e no terceiro por 2 a 0 para o São Caetano. Nesse ano, a equipe estreou na copinha contra o Goiás, perdendo por 4 a 0.

Portanto, temos Japão com quatro participações, Argentina com três, México, Paraguai e Haiti com duas, enquanto Uruguai, Arábia Saudita, Alemanha e China tem apenas uma participação na Copa São Paulo. Veja AQUI o retrospecto geral de todos os times estrangeiros da Copinha em mais detalhes.

Até mais!
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