quinta-feira, 5 de julho de 2018

Prévia das quartas de final da Copa



Chegamos na reta final da Copa do Mundo e os oito melhores da competição se enfrentam em confrontos equilibrados. Confira as prévias:

Uruguai x França

Foto: Twitter/FIFA

No confronto que envolve três títulos mundiais, um duelo que promete bastante na manhã de sexta-feira. De um lado está o Uruguai, com a melhor defesa da Copa junto ao Brasil, com a penas um gol tomado, diante de Portugal. Gimenez e Godin são talvez a melhor zaga desse mundial e dão enorme segurança para que o time jogue no resto do campo. O meio campo não é tão criativo, mas a função dele é conseguir que a bola chegue de algum modo em Suarez e Cavani, que é dúvida para o jogo de amanhã e não foi confirmado ou descartado ainda. A dupla de atacantes se entende muito bem e pode ser capaz de decidir o jogo a favor da celeste. A equipe não deverá dominar a partida e ser perigosa o tempo todo, mas a disposiçao tática e a vontade dos jogadores em campo dificilmente não são vistos. 

No outro lado, a França vem com uma equipe de grandiosos nomes e que até se imaginava melhor para uma próxima Copa do Mundo talvez. Quando foram testados e levaram a provisória virada da Argentina, souberam buscar o resultado e viraram com propriedade, mostrando poder de reação e que o time tem equilíbrio. Um dos pilares do time e que foi de grande importância no time foi o volante Kanté, que recupera as bolas no meio campo e ajuda no início das jogadas de ataque  dos franceses. Se diante dos nossos hermanos havia mais espaço para os contra golpes e jogadas em velocidade com Mbappé, diante dos uruguaios esse espaço deverá ser menor e, além disso, como já falado, a defesa celeste conta com peças mais qualificadas. Deverá ser um jogo de paciência entre as equipes, que não encontrarão facilidade e nem muito espaço. A França provavelmente tenha que propor mais o jogo e o Uruguai buscará esperar a hora de dar o contra ataque.

Brasil x Bélgica

Foto: Twitter/FIFA

Repetindo o confronto das oitavas de final de 2002, as duas seleções se encontram na Rússia. O Brasil vem com um time equilibrado. Levou apenas um gol, não sofreu muito com a defesa, sabendo controlar a presão inicial que sofreu do México, e reagiu na segunda etapa com o meio e o ataque trabalhando. Depois de Filipe Luis jogar, Marcelo retorna ao time e fica a preocupação dos espaços que podem ser deixados por ele, já que o lateral é mais ofensivo que Filipe Luis. Na frente, mesmo sem ainda ter marcado na Copa, Gabriel Jesus é bancado por Tite e segue titular ao lado de Neymar e Willian. A seleção deverá encontrar espaços no time belga, que quando vai ao ataque cede espaços grandes ao adversário, como visto diante dos japoneses. Portanto, as jogadas dos pontas brasileiros deverão ser importantes, além do fato de os defensores belgas não terem tanta velocidade. 

Falando nas forças belgas, do meio pra frente é um time com muito perigo. De Bruyne e Hazard vem sendo os articuladores do jogo, com apoio dos alas Carrasco e Meunier, e Lukaku é quem decide lá na frente. É uma equipe com muita qualidade nos passes e que tem muita criatividade. Apesar disso, na hora em que precisou decidir contra o Japão, o time buscou os tradicionais chuveirinhos na área para conseguir se salvar, com os gols de Vertonghen e Fellaini de cabeça. Se os belgas conseguirem controlar os ímpetos de ataque, já que chegam com muitos jogadores, poderá ter um jogo mais igual contra o Brasil. Porque se não conseguir realizar essa recomposição da defesa, ficará complicado para segurar o ataque brasileiro.

Rússia x Croácia

Foto: Twitter/FIFA

Jogando em casa e depois de ter eliminado de maneira surpreendente a Espanha, agora a Rússia encara a Croácia, que teve trabalho para eliminar a Dinamarca. Os russos vem com a filosofia de o que vier já é lucro, porque havia muita desconfiança na equipe e agora estão nas quartas de final da competição. A força da equipe se encontra no bom posicionamento defensivo, que conseguiu conter a Espanha jogando com a famosa linha de cinco jogadores na frente da área, além do inspiradíssimo goleiro Akinfeev. Falta criatividade e mais qualidade para o time, mas a Rússia joga apostando nos contra ataques e espaços deixados pelas equipes adversárias. Conforme apurado, os gols levados pelos russos foram todos vindos de jogadas de bola parada, que devem ser a fonte de preocupação dos donos da casa.

Já é clichê nessa Copa, mas a Croácia dependerá mais do que nunca de Rakitic e Modric para conseguir sair vencedora desse duelo. Os meias precisão trabalhar para arrumar espaços no ferrolho russo que deverá ser armado, num jogo que poderá ser parecido com o feito diante da Espanha. A diferença talvez se encontre na eficiência de Mandzukic nas jogadas pelo alto, que podem ser uma arma alternativa da equipe para furar o bloqueio adversário, além das jogadas pelas pontas com Rebic e Perisic. Os croatas deverão ter que propor o jogo e se controlar para não dar espaços aos contra golpes, já que contam com defensores não tão velozes.

Suécia x Inglaterra

Foto: Twitter/Federação Inglesa

Voltando para as quartas de final após 24 anos, a Suécia fará um duelo de estilos contra a Inglaterra, que não esperava muito dessa Copa mas agora se coloca como candidata ao título. A grande força da Suécia nesse mundial se encontra na defesa. O selecionado levou apenas dois gols e consegue neutralizar muito bem os adversários já no meio campo, com duas linhas de quatro jogadores que fecham os espaços. A fraqueza do time fica no ataque, onde Berg e Toivonen não conseguiram ainda ser eficientes e não acertaram a pontaria diante da Suíça. O nome que faz a diferença lá na frente é Forsberg, que chama as jogadas e cria espaços. Talvez, como ocorreu diante da Alemanha, os suecos consigam os espaços para os contra golpes, já que os ingleses deverão vir com tudo para tentar furar a defesa adversária.

Mostrando bastante qualidade e com um artilheiro em grande fase, a Inglaterra vem do sufoco contra a Colômbia para esse duelo. Jogando com dois alas/pontas, mais dois meias ofensivos e dois atacantes, os ingleses vem com uma armada toda pra cima dos suecos. Mesmo com todas essas opções e variações para o ataque, a maioria dos gols veio de bolas paradas ou dos pênaltis convertidos por Harry Kane. O time demonstrou muita qualidade e organização para aproveitar bem as bolas aéreas dos escanteios e faltas. Para esse jogo, o desafio será fazer o time encontrar espaços com bola rolando e não só pelo alto, já que os suecos tem uma defesa muito bem postada e com boa média de altura. Além disso, não poderão deixar os espaços para os contra ataques, já que ficará um espaço grande para essas jogadas dos suecos.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Prévia das oitavas de final da Copa





Nesse sábado começam as oitavas de final da Copa do Mundo, a hora da verdade, onde os maiores craques e seleções tentam se provar e alcançar a glória. Vamos com uma breve análise de cada um dos oito confrontos dessa fase.


França x Argentina

Foto: Twitter/FIFA

No primeiro duelo das oitavas de final, um clássico entre duas campeãs mundiais. De um lado a França de Mbappé, Griezmann, Dembelé, Giroud e companhia contra a Argentina comandada por Messi, Higuaín, Mascherano e Aguero. Os franceses vem de uma fase de grupos mais tranquila, mas que ao mesmo tempo mostrou uma equipe abaixo do potencial. Jogaram contra Austrália, Peru e Dinamarca, sendo o jogo contra os dinamarqueses o pior jogo da Copa, com as duas equipes tirando o pé do acelerador e ficando no zero a zero.

A atual vice-campeã europeia chega como favorita diante dos hermanos, apostando na qualidade dos pontas velozes e nas jogadas puxadas por Griezmann. Quando o time conseguiu os espaços para essas jogadas foi quando marcou diante de Austrália e Peru. E, quando se acomodou em campo e começou a segurar o jogo foi onde passou mais sufoco diante dos adversários. A França precisa ser mais regular diante dos argentinos se quiser passar de fase sem dramas.

Os argentinos chegam sobrevivendo uma completa epopeia para passarem de fase. Empataram na estreia contra a fechada Islândia, perderam contra a Croácia e buscaram a vitória na bacia das almas contra a Nigéria. Com um jogo muito centrado em Messi nos dois primeiros confrontos, a Argentina não conseguiu praticar um jogo de qualidade e se viu em muitas dificuldades. Além do estilo de jogo que não rendia, era mais do que evidente o nervosismo dos jogadores nas duas partidas, resultando em vários erros que custaram caro para o time.
Contra a Nigéria, quando os jogadores chamaram a responsabilidade no time e Messi jogou muito mais participativo e rendendo bem, em parte da primeira etapa, o time voltou a ser aquilo que se esperava. No entanto, no momento de contradição novamente o nervosismo apareceu e, por força da vontade argentina, a equipe ainda conseguiu buscar o gol salvador com Rojo. Se a Argentina jogar com a cabeça no lugar tem chances contra os franceses, mas se ficar perdida como principalmente contra os croatas, a eliminação pode vir de maneira cruel.

Uruguai x Portugal

Foto: Twitter/FIFA

Um confronto entre seleções que prometem um duelo truncado. O Uruguai vem como um dos únicos 100% da Copa e sem ter levado gols ainda. Venceu os dois primeiros confrontos no sofrimento e pelo placar mínimo, para depois atropelar a Rússia no jogo que definia a liderança. O treinador Oscar Tabarez tentou um time mais leve no primeiro jogo, mas a equipe não conseguiu se comportar tão bem e ele preferiu voltar para o velho estilo uruguaio, de passes mais longos, ligação mais direta e cruzamentos procurando Suarez e Cavani. A escrita deverá se manter diante de Portugal e o time não deverá se expor muito em busca de um gol.

Os portugueses vieram de uma classificação mais sofrida, com um empate histórico contra a Espanha, vitória sobre Marrocos e empate com o Irã. A equipe depende bastante do poder de decisão de Cristiano Ronaldo, que marcou quatro dos cinco gols da seleção na Copa. O time tem outros talentos, como Bernardo Silva e o próprio goleiro Rui Patrício, que salvou a seleção portuguesa em várias ocasiões, mas não há como não dizer que o futuro de Portugal passa pelos pés de Cristiano Ronaldo. Falta mais criação para a seleção e mais poder de chegada qualificado, que não dependa apenas do camisa sete. Mesmo com tudo isso, deverá ser um confronto equilibrado e que nenhuma das equipes deverá se expor e se lançar ao ataque de maneira que se exponha. Esperamos que os prognósticos não se cumpram, em nome da emoção.

Rússia x Espanha

Foto: Twitter/FIFA

Depois de conseguir superar a fase de grupos e não passar vergonha em casa, a Rússia encara agora a poderosa Espanha. Muitos se surpeenderam com as vitórias russas diante da Arábia Saudita e principalmente contra o Egito, que era o candidato junto aos russos pela segunda vaga do grupo. A seleção da casa conseguiu superar bem a seleção de Salah e veio até com alguns jogadores poupados diante dos uruguaios. Mas, nesse primeiro teste de verdade, o time não conseguiu se comportar bem e colapsou levando um 3x0. O jogo russo se foca mais na marcação forte para tomar a bola e resolver as jogadas rápido e nos contra ataques, que podem ser a jogada chave diante dos espanhóis.

Colocada como uma das favoritas ao título mundial, a Espanha ainda não conseguiu mostrar o dominante futebol de outras vezes. Contra Portugal encontrou um adversário insistente e com um craque, diante do Irã ganhou, mas sem não passar dificuldades e contra o Marrocos quase perdeu a partida, principalmente pelo esquema de jogo adotado. A equipe joga de uma maneira muito adiantada quando tem a bola, o que é bom para o ataque, mas ruim para a defesa quando o time perde a bola em um contra ataque. Se o time adversário encaixa a jogada a chance de chegar com perigo fica maior pela exposição da defesa nessa situação. Portanto, para os russos a chave do sucesso fica nos contra golpes, enquanto a Espanha precisa buscar ser mais decisiva nas jogadas. O time tem posse, roda a bola mas não consegue chegar na área e colocar a bola para Diego Costa definir.

Croácia x Dinamarca

Foto: Twitter/FIFA

Em mais um confronto entre europeus, o duelo entre uma das sensações da primeira fase e a seleção que voltou a disputar uma Copa e quer seguir sonhando em ir mais longe. A Croácia chegou sem holofotes para essa Copa do Mundo, mas vem apresentando um dos melhores desempenhos até agora. No grupo que tinha a Argentina como favorita e um duelo contra a Nigéria e a sensação Islândia os croatas mostraram personalidade. Ganharam os três jogos, com destaque para o autoritário 3x0 sobre a Argentina, que não soube reagir ao jogo do país eslavo. Comandados por Modric, talvez o melhor jogador da fase de grupos, a seleção da Croácia vem como favorita diante da Dinamarca. Com uma equipe equilibrada, que sabe atacar e controlar o jogo, marcando adiantada e chegando com toques para o gol, devemos ver a Dinamarca precisando dar atenção especial aos meias, além de Modric, Rakitic e Kramaric, que alimentam a engrenagem croata.

No lado dinamarquês, a seleção pegou a segunda vaga no grupo com França, Peru e Austrália. O que foi possível se observar foi uma fraqueza na capacidade de atacar e chegar com maior perigo. As jogadas não conseguiam fazer a bola alcançar os atacantes e o time dependia da criatividade de Eriksen, o 10 do time. A força do time se encontra mais no aspecto defensivo, fechando os espaços e fazendo a famosa linha defensiva perto da entrada da área. Destaque principal para o goleiro Schmeichel, que já precisou trabalhar bastante nessa Copa.

Brasil x México

Foto: Twitter/FIFA

No duelo latino, o Brasil encara o recente algoz em competições internacionais. O México tem sido um recente pedra no sapato da nossa seleção, tal qual o glorioso São Caetano era chamado de asa negra de alguns clubes da elite do nosso futebol. A equipe, comandada pelo conhecido dos são paulinos, Juan Carlos Osorio, vem surpreendendo nessa Copa com um futebol peculiar. Sem propor o jogo na maioria das situações, o México joga na base do contra ataque e da chegada ao gol em poucos passes. Foi assim contra Alemanha e Coreia do Sul, mas já não funcionou tanto diante da Suécia, que soube segurar os ímpetos mexicanos. Se o time cria muitas chances nos contra golpes, falta ainda qualidade dos atacantes para concluirem melhor as jogadas, que são muitas vezes desperdiçadas pela falta de capricho de quem teria que marcar o gol.

A seleção brasileira vem em uma crescente na competição. Teve dificuldades e sofreu com o nervosismo contra a Suíça e a Costa Rica, para diante da Sérvia jogar com calma e resolver o jogo sem maiores dificuldades. Mesmo com as lesões de Danilo e Marcelo no jogo contra a Sérvia, Fagner e Filipe Luis deram conta. Tite mudou o esquema com Coutinho centralizado e tirando um volante, conseguindo tornar o meia o principal articulador e melhor do time até o momento. Falta mais infiltração para a seleção, em jogos principalmente contra times que não vão propor o jogo e vão fazer a famosa linha de cinco jogadores na defesa. Gabriel Jesus ainda não conseguiu engrenar e poderia ser a hora de jogar com Firmino, que pode trazer essa movimentação e infiltração necessária.

Bélgica x Japão

Foto: Twitter/FIFA

Num duelo de estilos bem diferentes, a melhor campanha, da Bélgica, encara o Japão, que passou de fase no critério de cartões recebidos. Os belgas vem com um futebol envolvente e nos dois primeiros jogos, onde atuou com os titulares contra Panamá e Tunísia, foi bem. Apesar da fraqueza dessas equipes, pudemos observar um ataque muito eficiente, centralizado principalmente em Lukaku, com quatro gols nessa Copa. De Bruyne e Hazard conduziram o jogo na frente e demonstraram toda a qualidade que se esperava deles. A fraqueza do time está na defesa, que fica exposta com o estilo de jogo ofensivo do time, e com os zagueiros que não tem aquela velocidade e podem sofrer nos contra golpes.

Os japoneses saíram de um grupo bem equilibrado, com Senegal, Polônia e Colômbia, onde não houve uma seleção que se sobressaiu. A força da equipe está na dedicação tática, que faz com que o time não ceda tantos espaços ao adversário. Além disso, o jogo no contra ataque também é uma das qualidades japonesas, e que pode ser a arma principal contra a Bélgica. A fraqueza do time oriental fica na falta de qualidade técnica do time, que não conta com nomes fortes e que possam resolver uma partida ou mesmo ser um diferencial no jogo. Portanto, falta um poder de reação na hora que seria preciso e diante de uma seleção forte pode fazer diferença.

Suécia x Suíça

Foto: Twitter/FIFA

No clássico que te confunde pelos nomes dos países, duas seleções que não se esperava tanto, mas que uma delas estará pelo menos nas quartas de final da Copa. Em um grupo com a atual campeã mundial e eliminada Alemanha, a Suécia surpreendeu e ainda conseguiu ficar na primeira colocação ao vencer o México. Os suecos vem derrubando grandes seleções, já haviam passado da Holanda nas eliminatórias e na repescagem ganharam da Itália. A equipe sueca não tem um grande poderio ofensivo e aposta em Forsberg, meia que normalmente concentra as jogadas, que são de passes mais longos e saídas rápidas. Com uma das maiores médias de altura, o jogo aéreo nos atacantes Toivonen e Berg também são armas.

Para os suíços, o jogo contra os adversários precisa lembrar a equipe que segurou bem a seleção brasileira e que conseguiu virar o jogo diante da Sérvia. Como se fala desde 2006, a Suíça tem uma defesa bem comportada e que cede poucos gols aos adversários, mas que nessa Copa já levou quatro gols. Se a defesa precisa de correções, a linha de frente vem dependendo de Shaqiri, que vem chamando a responsabilidade no time, tanto para começar as jogadas quanto na conclusão. Além dele, olhos em Xhaka e Dzemaili, meia e atacante que também podem decidir. Partida promete ser bem equilibrada e podemos imaginar a Suíça propondo mais o jogo do que a Suécia, que tende a esperar mais o adversário. 

Colômbia x Inglaterra

Foto: Twitter/FIFA

No terceiro confronto América do Sul x Europa, duas equipes que gostam de jogar pra cima. No lado cafetero, os colombianos tem a grande força no meio campo, com James Rodriguez (provavelmente ficará de fora do jogo por lesão), Cuadrado e Quintero, que alimentam as jogadas e puxam as pontas para a bola chegar em Falcao Garcia ou eles mesmos decidirem com qualidade. É um time onde a proposta de jogo consegue funcionar bem contra equipes mais abertas e mais fechadas, tanto que o time jogou de maneira muito parecida os três jogos da fase de grupos. A fraqueza do time de José Pekerman se encontra nos espaços deixados nos avanços e pela defesa que não é rápida o bastante para acompanhar os atacantes. Curiosamente, um zagueiro, Mina, velho conhecido dos palmeirenses, se destaca no ataque, tendo feito dois gols nessa Copa.

Os ingleses chegam renovados para essa Copa, com o elenco mais jovem do mundial e saindo do estigma da seleção local, que era muito conhecida pelo estilo característico de cruzamentos buscando um atacante na área como jogada principal. Como pudemos ver nos três jogos feitos, principalmente nos dois primeiros com o time principal, os ingleses jogam com a posse de bola e trabalham ela até terem condições de conseguir uma jogada mais clara. Ainda há o atacante centralizado, Kane, mas o repertório já é bem mais vasto e o 9 inglês é bem mais móvel. A seleção avança muito bem com os alas, que fazem companhia no ataque para os meias e assim aumentam a presença nas jogadas. Falta mais velocidade e um pouco mais de eficiência aos ingleses, que acabam desperdiçando bons contra golpes por falhas individuais. Pode pesar também o fato de muitos jogadores estarem ainda na primeira Copa do Mundo e a inexperiência atrapalhar mais pra frente.


quarta-feira, 20 de junho de 2018

No placar mínimo, Portugal, Espanha e Uruguai vencem




Segunda rodada dos grupos A e B com três placares iguais, três 1x0. Jogos em que os artilheiros brilharam e evitaram um desastre maior de suas equipes na rodada.

Portugal x Marrocos

Foto: Twitter/FIFA
Na primeira partida do dia, expectativas sobre Cristiano Ronaldo e os portugueses contra o Marrocos, que queria mostrar serviço depois da doída derrota para o Irã em um gol contra. Logo aos quatro minutos, Cristiano mostrou a que veio e apareceu de cabeça para marcar o único gol do jogo. Com o tento anotado, são 85 gols pela seleção, se tornando o maior artilheiro de uma seleção europeia na história, superando Puskás que tem 84. Em Copas do Mundo, o camisa sete soma também sete gols, ficando a apenas dois de igualar Eusébio.



Mesmo com mais posse, 55%, mais passes e mais chutes a gol,  um deles com bela defesa de Rui Patrício em um cabeceio, o Marrocos não conseguiu furar a defesa lusitana para evitar a segunda derrota e a consequente eliminação do mundial.






Uruguai x Arábia Saudita

Foto: Twitter/FIFA

Precisando vencer se quisesse brigar pela liderança do grupo, o Uruguai encarou a desacreditada Arábia Saudita. Mesmo criando mais e jogando melhor que a seleção árabe, os nossos vizinhos tinham dificuldades para chegar e o velho estilo uruguaio, dos longos passes e cruzamentos se fez presente novamente. Inclusive na escalação o criativo Arrascaeta deu lugar a Cristian Cebolla no meio campo.

Se no primeiro jogo ele perdeu grandes chances, nesse Suarez conseguiu acertar o gol uma vez, aos 23 minutos. Assim, Luisito é o primeiro uruguaio a marcar gols em três copas seguidas, três em 2010, dois em 2014 e um até agora em 2018. Agora, Suarez está a apenas dois gols de igualar os oito de Oscar Miguez como maior artilheiro da celeste em Copas, hoje ele está empatado com Forlan na vice-artilharia, com seis gols.

A Arábia Saudita teve mais espaço e até mais posse de bola que os uruguaios, porém novamente esbarrou na falta de qualidade técnica para criar mais perigo. Destaque para o Uruguai que, com apenas dois gols marcados, se classifica para a segunda fase da Copa.




Irã x Espanha

Foto: Twitter/FIFA
Após um empate contra os portugueses, a Espanha vinha para o tudo ou nada contra o Irã, que buscava ao menos um empate para seguir bem no grupo, depois de ter superado o Marrocos na primeira rodada. Como se imaginava, o jogo foi controlado pelos espanhóis, que rodavam a bola em passes dos dois lados do campo e não encontravam espaços na área iraniana, como mostra o mapa de calor abaixo. Na primeira etapa, a Espanha trocou 363 passes, o Irã 55 e Isco sozinho 56. Restou para a Espanha abusar dos cruzamentos para Diego Costa e companhia nas tentativas de gol.



Na base da insistência e do oportunismo de Diego Costa, aos 9 minutos o camisa 19 dividiu a bola na área e marcou o gol da vitória espanhola. Os iranianos tentaram bastante, mas o único chute que "foi" pro gol foi um gol anulado por impedimento. Faltou capricho pro Irã buscar o empate, mas o time segue vivo e joga pelo tudo ou nada diante de Portugal na última rodada. A Espanha encara o eliminado Marrocos. 





terça-feira, 19 de junho de 2018

O grupo do equilíbrio e a vitória russa



No fechamento da primeira rodada e começo da segunda, o grupo H viu muito equilíbrio e a Rússia quase carimbou a vaga na segunda fase da Copa. 

Japão x Colômbia

Foto: Twitter/FIFA
Os colombianos vieram para a Copa do Mundo com boas expectativas. Fizeram uma boa eliminatória e trazem o bom retrospecto da última Copa, quando pararam diante do Brasil nas quartas de final. A base da equipe foi mantida, com Ospina no gol, James Rodriguez e Cuadrado no meio e Falcao na frente, que não jogou em 2014 por lesão e ressurge em 2018. A diferença se deu no estilo de jogo, com José Pekerman fazendo o time jogar com as linhas mais próximas e com os jogadores saindo mais da posição deles para ajudar nas jogadas. O time pressiona mais pela bola no campo de ataque do que volta correndo para a defesa ao perder a posse. Isso também pode causar prejuízo porque a defesa colombiana não é das mais ágeis, então cede espaço para os contra golpes.

Já os japoneses chegam com uma equipe veterana e um treinador novo, contratado há dois meses do mundial, o treinador do time sub-23, Akira Nishino. Apesar de ter se classificado em primeiro no grupo com Austrália e Arábia Saudita, os japoneses não apresentaram um bom futebol e ainda dependem muito dos maiores nomes do time, Honda, Kagawa, Okazaki e Nagatomo. Nishino preferiu não apostar em jovens revelações japonesas que eram bastante cotadas na seleção para essa Copa, e assim deixou mais dúvidas sobre como o time poderia se comportar. O destaque do jogo japonês é a linha de cinco do meio campo, que chega com dois alas para alimentar o ataque.

No confronto de hoje, um dos fatores que mudaram a partida foi a expulsão de Sanchez, que tocou com o braço na bola, foi expulso e deu um pênalti para o Japão. Mesmo com um a menos, a Colômbia correu atrás do placar e até empatou o jogo, além de equilibrar as ações. O Japão conseguiu se acertar apenas na segunda etapa e tocar mais a bola, o que favorecia o fato de ter um jogador a mais. Assim, conseguiu chegar mais perto da área e marcar o gol da vitória contra uma das favoritas do grupo.






Polônia x Senegal

Foto: Twitter/FIFA

Buscando chegar mais longe e surpreender na competição, a Polônia vem com um estilo de jogo diferente. Jogando com três zagueiros, faz com que as jogadas ofensivas já comecem neles, que podem abrir para as laterais e buscar os pontas e alas para o jogo. Tanto os pontas quanto Lewandowski, o astro da seleção, vem buscar a bola e construir a jogada, abrindo espaço para os outros jogadores chegarem nos espaços deixados. Quando fica sem a bola, a seleção polonesa faz a pressão e tenta evitar recuar para conseguir a bola. O risco desses estilos de jogo é sempre o contra golpe e as jogadas de velocidade adversárias. 

Os senegaleses chegam querendo repetir o feito de 2002, alcançar as quartas de final. Comandados por Aliou Cissé, que jogou naquela seleção, Senegal vem com um estilo de jogo rápido e de marcação avançada. Joga num 5-3-2, que beneficia o time ser rápido e chegar com a bola em Mané e Diouf, os atacantes. Assim, o time tem um contra golpe forte e quando perde a bola na frente trabalha na pressão para surpreender.

Na partida, os dois estilos acabaram acontecendo, com a Polônia conseguindo ter mais posse e rodando mais a bola, enquanto Senegal jogava nas saídas rápidas e espaços deixados pelo adversário. Os poloneses tiveram 59% de posse e Senegal 41%. Nos chutes a gol vemos como a eficiência fez falta para a Polônia. Foram quatro chutes a gol e um tento anotado, enquanto os senegaleses chutaram duas vezes no gol e marcaram nos dois chutes. Outro fator curioso ficou nos gols senegaleses, um na velocidade e outro na pressão da marcação, justamente as características principais da equipe. 

Grupo H bem aberto, todos os jogos tendem a ser decisões para as equipes até o final da primeira fase, já que os não favoritos Japão e Senegal venceram e agora Colômbia e Polônia, os supostos favoritos, precisarão correr atrás do prejuízo. Promessa de emoção por aqui.





Rússia x Egito

Foto: Twitter/FIFA

Depois da boa estreia com cinco a zero sobre a Arábia Saudita, a Rússia tinha um teste maior contra o Egito, que tinha a volta de Salah e precisava a todo custo vencer os donos da casa para seguirem com chances reais de classificação. Desde o início de partida os russos mostraram maior domínio e chegavam com maior perigo que a seleção egípcia, que não encontrava muitos espaços e via Salah isolado. O que faltava era mais precisão, que não faltou no segundo tempo. Foram quatro chutes no gol no segundo tempo, todos eles foram gols. Três gols russos e o pênalti convertido por Salah. Faltou qualidade e mais organização para o Egito buscar uma reação e ter segurado a Rússia, que se não tem um time forte ao menos mostra organização e aplicação dos jogadores em campo. São oito gols em dois jogos e duas vitórias que deixam o time mais tranquilo para a rodada final, diante do Uruguai.





segunda-feira, 18 de junho de 2018

Suécia, Bélgica e Inglaterra saem vitoriosas na primeira rodada



Segunda-feira de Copa do Mundo e três jogos para animar o dia. A Suécia conseguiu superar a forte marcação coreana, a Bélgica venceu bem a modesta seleção do Panamá e a Inglaterra suou para conseguir o triunfo sobre a Tunísia. 

Coreia do Sul x Suécia

Foto: Twitter/FIFA

Aos trancos e barrancos, a Coreia do Sul chegou para a Copa do Mundo. A seleção vinha em uma campanha ruim e trouxe o treinador Shin Tae-yong, que veio com uma mentalidade diferente e ousada. Shin, ao invés de trabalhar com uma equipe mais moderada nas jogadas, busca bastante ofensividade do escrete sul-coreano, trabalhando sempre com a referência do time, Son, jogador do Tottenham. O problema do estilo de jogo do treinador coreano fica na defesa, já que o time se torna bastante exposto a contra ataques e fica muito vulnerável. 

No lado sueco, a ausência que todos discutiram foi a de Zlatan Ibrahimovic. O atacante sueco se aposentou da seleção, mas com a aproximação do torneio muito se especulou na volta dele, que não se concretizou. Sem Ibra, a Suécia apostou no jogo coletivo e em jogadores campeões do europeu sub 21 de 2009, a dupla Berg e Toivonen é quem constrói o ataque sueco hoje. O time europeu aposta bastante na força física e na bola aérea, se aproveitando da média de altura dos atletas.

Na partida de hoje não houveram muitas emoções. jogo muito truncado e sem tanta criatividade. Foram 43 faltas, 20 da Suécia e 23 da Coreia do Sul. Se os coreanos, no papel, viriam para o ataque, as chances não aconteceram, já que a equipe não conseguiu um chute certo no gol, todos os cinco chutes foram em outra direção. Os suecos, apesar de terem chutado quatro vezes na meta adversária, conseguiram o gol apenas no pênalti cobrado por Granqvist, que teve novamente auxílio do VAR para a marcação. 




Bélgica x Panamá

Foto: Twitter/FIFA

Estreante em Copas do Mundo, o Panamá veio como a surpresa nas eliminatórias da Concacaf, após superar os Estados Unidos. Com campanha inconstante nas eliminatórias e vitórias históricas na reta final para se classificar, a seleção panamenha encontrou dificuldades para acertar um esquema de jogo e poder render mais contra times mais fortes, sem sofrer tanto. No entanto, a falta de qualidade técnica parece ser um fator forte e que influencia muito o desempenho insatisfatório do time, para não se esperar muito deles na Copa, como já pudemos ver contra a Bélgica.

A Bélgica vem mais experiente e testada para a Copa 2018, após a participação em 2014 com jovens talentos. O time segue com os mesmos destaques, Hazard, De Bruyne, Lukaku, Mertens, Courtois e companhia. No esquema belga, Lukaku fica centralizado e a dupla Mertens e Hazard alimenta o ataque, com Hazard tendo mais liberdade e não precisando ficar apenas na ponta. E, centralizado no meio fica De Bruyne, que se tornou mais um meia recuado do que antes, mas sem deixar de aparecer na frente. O ponto mais sensível do time é a defesa, que pode ficar mais exposta com todo o avanço da parte da frente. 

Mas, contra o Panamá, a defesa belga não teve muitas preocupações, já que os panamenhos chutaram apenas quatro vezes e duas no gol. A equipe da América Central pouco incomodou e apostava muito mais nos contra ataques, quando conseguia espaços deixados pelos belgas, mas faltava eficiência para aproveitar as chances. Se a Bélgica tinha mais posse, 62%, na primeira etapa, principalmente, o time errou bastante. Hazard e De Bruyne não se acertavam e erravam muitos passes, fazendo com que o ataque não fosse chamado pra resolver com Lukaku. Quando os passes começaram a chegar, na segunda etapa, Lukaku fez dois e Mertens um, com assistências justamente de Hazard e De Bruyne, para coroarem o bom futebol do time no geral.






Tunísia x Inglaterra

Foto: Twitter/FIFA

Após ficar duas edições do mundial sem participar, a Tunísia está de volta. O time que era mais conhecido por um futebol mais defensivo se transformou e hoje é uma equipe que trabalha mais a bola. O problema da equipe fica com o ataque, onde dois atacantes ficaram fora por lesão, Khenissi e Msakni. Assim, o meia Khazri poderia fazer a função de atacante e jogar como um falso nove para alimentar as jogadas no ataque. A Tunísia não tem jogadores de renome, mas é um time com alguma organização e dependendo do estilo do adversário pode dar trabalho.

Os ingleses vem para a Copa com um time em renovação. Gareth Southgate trouxe os jovens talentos para a seleção e falou antes do torneio começar que a meta era ganhar experiência. Com todos os jogadores atuando na Premier League, Southgate pôde observar de perto os atletas e tentou misturar os estilos usados pelos principais times ingleses na seleção. A seleção joga em um 5-3-2, com três zagueiros e dois alas para apoiar no ataque. O trio perigoso dos ingleses tem Dele Alli no meio e Sterling e Kane na frente. Ainda há as opções de Vardy e Rashford para um jogo diferente. A ausência sentida pelos ingleses foi a do lesionado Chamberlain, que se machucou às vésperas da competição. 

No jogo de hoje, a Inglaterra foi soberana das ações e chegou a ter três grandes chances já nos primeiros minutos, salvas pelo goleiro Hassen, que se machucou e precisou ser substituído. Se os ingleses vem mudando o estilo de jogo e saindo cada vez mais do tão marcante jogo baseado nos cruzamentos pra área, foi assim que a equipe conseguiu superar a Tunísia. Harry Kane foi oportunista em uma defesa do goleiro e em desvio de bola do companheiro para marcar os gols ingleses. A Tunísia chegou ao empate ainda no primeiro tempo com Sassi de pênalti, mas pouco produziu e apesar disso quase conseguiu ficar com um ponto diante de uma seleção favorita para uma das vagas no grupo. Faltava acertar os passes na finalização das jogadas por parte dos ingleses, que tinham Sterling em um dia pouco inspirado e que foi trocado por Rashford na segunda etapa. Sorte inglesa que Kane apareceu novamente e garantiu o triunfo importante, que deixa os três leões em segundo e com o mesmo número de pontos que a Bélgica.

Favoritos começando a Copa com dificuldades



No final de semana de Copa do Mundo, tivemos a estreia de França, Argentina, Alemanha e Brasil. As campeãs mundiais não tiveram vida fácil contra Austrália, Islândia, México e Suíça, adversários teoricamente superáveis por seleções colocadas por muitos como favoritas para a conquista do mundial. A primeira fase serve para se classificar, não para apresentar logo de cara o melhor futebol, mas no caso dessa Copa, o equilíbrio nos jogos parece ser uma tônica. 

França

Foto: Twitter/FIFA

Os franceses vieram com a expectativa nos talentos de Mbappé, Griezmann e Pogba, que comandam uma seleção de jogadores com renome nos principais clubes europeus. No entanto, o que o time apresentou em campo foi aquém do imaginado. Se percebia pouca mobilidade dos jogadores para buscar mais a tabela e os avanços, fazendo com que o time apenas rodasse a bola a procura de espaços e não os criasse. Tanto que o time iniciou o jogo sem uma referência no ataque, com Griezmann sendo o homem centralizado, e depois colocou Giroud para tentar mais efetividade.

Diante da Austrália, que tem suas qualidades, mas no papel não superaria os franceses, o time campeão de 1998 ficou devendo e saiu com muito lucro com a vitória, porque pelo futebol não foi tão merecido o triunfo. Destaque também para o fator decisivo do VAR, que colaborou para a marcação dos dois pênaltis e a tecnologia da linha do gol, que confirmou o gol contra australiano. 


Argentina

Foto: Twitter/FIFA

Os hermanos encararam a Islândia na estreia e tiveram bastante dificuldade. Jogando sempre buscando Lionel Messi, a Argentina encontrou os adversários e estreantes na Copa jogando totalmente fechados e apostando no contra ataque. Como os lances procuravam excessivamente o camisa 10 argentino, os islandeses cercavam o jogador e evitavam que ele criasse mais perigo. Messi precisava começar, conduzir e chegar para finalizar as jogadas tamanha a dificuldade de jogo dos argentinos.

O time poderia ter dado até mais sorte, mas Messi perdeu o pênalti que daria a vitória. Nos números, a Argentina teve 27 chutes feitos, com 7 indo pro gol, enquanto a Islândia chutou 8 e mandou 2 pro gol. A posse de bola argentina foi de 77%, mas que não se converteu em perigo real aos islandeses pela verdadeira muralha defensiva que conseguiu ter sucesso em bloquear os adversários. Para os próximos jogos, a Argentina precisará jogar com os outros jogadores e não centralizar tudo em Messi, para que o 10 apareça no momento certo para decidir. 

Alemanha

Foto: Twitter/FIFA

Na estreia da atual campeã mundial, muitas surpresas e a vitória mexicana. Os alemães jogaram durante o tempo todo na base dos toques e procurando o melhor espaço para o chute, mas encontraram uma defesa mexicana bem postada e o goleiro Ochoa, que na seleção parece outro goleiro, salvando tudo. Foram nove chutes a gol alemães contra quatro mexicanos. O que os alemães não esperavam era o estilo de jogo do México, que conseguia ser perigosíssimo nos contra golpes, saindo com muita velocidade e encontrando a defesa alemã aberta, já que o time joga adiantado. 

Se os atletas mexicanos tivessem mais paciência e qualidade o placar poderia ter sido até maior, tamanha a quantidade de contra ataques e chances de gol perdidas. Muito se fala da efetividade alemã e da paciência para criar e encontrar o gol, não vimos isso acontecer de maneira concreta e poderemos ver alguma mudança no time para os próximos jogos, que precisarão ser vencidos caso a seleção queira passar de fase. 

Brasil

Foto: Twitter/FIFA

A seleção brasileira estreou ontem e fez dois tempos bem distintos. No primeiro, tinha o futebol que nos acostumamos na era Tite, com passes, chances boas criadas, criatividade e efetividade. A Suíça pouco conseguiu fazer diante do bom volume de jogo brasileiro. Mas, na segunda etapa, o espaço para o time suíço ficou maior e o adversário dos brasileiros começou a criar maior perigo, culminando no gol de Zuber. Após o gol, a equipe brasileira se transformou e ficou muito pouco criativa, jogando muito com Neymar, que chamava os lances para a individualidade e era parado pelos marcadores suíços, muitas vezes com falta. O atacante sofreu 10 das 19 faltas que a seleção sofreu no jogo. 

Além do abalo sofrido com o gol, Tite acabou tirando Casemiro para ele não levar outro cartão e colocou Fernandinho, além de colocar Renato Augusto e mais a frente, aos 30 minutos já, escalar Firmino. Principalmente Renato e Fernandinho foram opções que não colaboraram para que o Brasil tivesse mais volume e efetividade para buscar a vitória. Muito se criticou a arbitragem e que o VAR não teria sido chamado para os lances polêmicos, mas o Brasil ficou devendo em campo e a arbitragem não pode ser culpada pelo empate. 


sexta-feira, 15 de junho de 2018

Uruguai na raça, Irã líder e um Portugal e Espanha histórico



Segundo dia de Copa do Mundo movimentado e com bastante emoção nas partidas. Destaque para o primeiro grande jogo da competição, entre Portugal e Espanha. Confira a análise das três partidas do dia:


Uruguai x Egito

Foto: FIFA/Twitter

No primeiro jogo do dia, os uruguaios tentavam quebrar um tabu de 48 anos. O time celeste não vencia na estreia da competição desde 1970, quando venceu Israel por 2x0. De lá pra cá, foram três empates e três derrotas. No comando uruguaio, o treinador Óscar Tabárez igualou o recorde de maior intervalo de tempo entre a primeira e a última ou mais recente Copa do Mundo que treinou uma seleção. A primeira vez que treinou o Uruguai foi em 90 e ele igualou Zagallo (70 e 98) e Parreira (1982 e 2010). 

Do lado egípcio, os faraós voltaram a disputar uma Copa após 28 anos, sim, quando o Tabárez treinou o Uruguai pela primeira vez. Essa é a terceira participação do país, tendo jogado em 1934 e 1990. Se entrar em campo em algum jogo nessa Copa, o goleiro El Hadary, de 45 anos, se tornará o jogador mais velho a atuar em uma partida do torneio, superando Mondragón, da Colômbia, que jogou aos 43 anos no Brasil. 

Falando do que aconteceu em campo, o Egito se propôs a jogar esperando o Uruguai e fechou a defesa para as tentativas do time da cisplatina. O time de Suarez e Cavani não conseguiu ser criativo com os meias mais leves e o camisa 10 Arrascaeta, tanto que a equipe acabou sendo mais perigosa quando Tabárez justamente tirou eles e colocou meias menos criativos e mais dispostos ao jogo tradicional uruguaio, na ligação mais direta e nos cruzamentos. 

Após alguns gols perdidos por Suarez e uma grande chance de Cavani salva pelo goleiro, Gimenez salvou a pátria e fez de cabeça na bacia das almas. Fez falta para os egípcios a presença de Salah, que ficou no banco e não foi colocado pelo treinador Héctor Cúper. Elneny e o comando de ataque do time africano até chegaram algumas vezes, mas sem assustar muito o goleiro Muslera.

Agora o Egito precisa fazer saldo contra a Arábia Saudita e jogar pelo tudo ou nada contra a Rússia. O Uruguai se salva de mais tensão e pode se classificar ganhando dos sauditas e empatando com a Rússia.





Marrocos x Irã

Foto: FIFA/Twitter

As duas seleções teoricamente mais fracas do grupo B abriram a primeira rodada. Após 20 anos fora do torneio, os marroquinos retornaram para a luta em 2018. Destaque para o time que não perdia havia 18 jogos  e contou com o treinador, Hervé Renard, num dos trunfos, vencedor da Copa Africana de Nações com Zâmbia e Costa do Marfim e chegou com retrospecto para conseguir recuperar a seleção marroquina.

Dentro de campo, se esperava mais do meia Hakim Ziyech. Ele recebeu o prêmio de melhor jogador do Ajax na temporada 2017/18 e foi o líder de assistências do campeonato holandês. Apesar da qualidade de alguns jogadores e da presença de Benatia, da Juventus, no elenco marroquino, algumas posições, principalmente as alas, eram ocupadas por jogadores improvisados, o que demonstra problemas para jogar com equipes de maior qualidade, quando esses jogadores forem mais exigidos. 

Vale a lembrança que o Marrocos conta com muitos atletas nascidos fora do país, filhos de pais marroquinos. Dos onze que começaram o jogo hoje, apenas El Kaabi nasceu no Marrocos, enquanto quatro nasceram na França, quatro nos Países Baixos e dois na Espanha.

No caso do Irã, a seleção asiática chegou credenciada pela forte defesa. Nos 18 jogos disputados nas eliminatórias, levou gols em apenas quatro jogos e ficou 12 partidas seguidas sem ter a meta vazada. O destaque do time é Alireza Jahanbakhsh, que fez 21 gols e deu 12 assistências na liga holandesa pelo AZ Alkmaar, sendo o artilheiro da competição e o terceiro em assistências. 

Antes do triunfo de hoje, o Irã havia vencido apenas uma partida de Copa, lá em 1998, quando superou os Estados Unidos. Eram oito derrotas e três empates antes da vitória sobre os marroquinos. Em um jogo onde as chances aconteceram mais na primeira etapa e o segundo tempo foi repleto de passes errados e jogadas imprecisas, o Irã saiu de campo sem ter acertado um chute a gol no segundo  tempo. Para completar, o jogo teve o gol contra mais tardio da história das Copas em jogos decididos apenas no tempo normal, anotado aos 94:07 por Aziz Bouhaddouz.





Portugal x Espanha

Foto: FIFA/Twitter

Na partida da rodada, o clássico ibérico correspondeu a todas as expectativas dos torcedores. No lado espanhol, um baque com a demissão de Lopetegui dois dias antes da estreia e o chamado de Hierro para o lugar do novo treinador do Real Madrid. Os espanhóis, após a campanha ruim na última Copa, se renovaram bem. Trouxeram Koke, Thiago e Isco do time campeão europeu sub-21 de 2013 e que se consolidaram no período até 2018. Com as perdas de Xabi Alonso e Xavi os jovens meias deram conta, junto do experiente Iniesta. Se o meio vai bem, o ataque tinha dúvidas sobre usar ou não Diego Costa ou optar por um atacante mais móvel. 

Em Portugal, uma parte do time envelheceu, principalmente os defensores, e Fernando Santos trouxe jovens meias e atacantes para mesclar, Gonçalo Guedes, Bernardo Silva, Gelson Martins, mas com a ausência de André Gomes, que caiu bastante de rendimento nos últimos tempos. Mesmo com essas revelações e nomes todos, as esperanças sempre ficaram sobre Cristiano Ronaldo, o jogador que tenta levar Portugal mais longe do que os críticos imaginam que vá. 

No jogo de hoje, Portugal veio tentando segurar os ímpetos espanhóis e até conseguiu abrir o marcador, sempre com ele, Cristiano Ronaldo. Mas, o time se acalmou e viu a Fúria impor o estilo de jogo de posse de bola e troca de passes rápidos, sob a batuta de Iniesta. Diego Costa apareceu e provou que era a escolha certa para o ataque, empatando. Mas, Cristiano Ronaldo arriscou o chute e De Gea aceitou para deixar o placar 2 a 1. 

No segundo tempo, Diego Costa novamente apareceu e empatou, para Nacho, em sequência, trazer a virada espanhola em belo chute. Portugal parecia morto e já não reagia aos avanços espanhóis, que também se poupavam e rodavam a bola em passes curtos. Até que, na reta final do jogo, Cristiano Ronaldo apareceu novamente para decidir. Com falta cobrada magistralmente, ele empatou de novo o jogo e completou a tripleta para salvar os portugueses do naufrágio na Copa. 

Cristiano é o quarto jogador a marcar em quatro Copas seguidas. Além dele, Pelé, Klose e Uwe Seeler tem essa marca. Cristiano havia feito um gol em cada uma dessas Copas, dobrando o número nessa edição. Ele é o primeiro a marcar três gols na Espanha em uma Copa também. Portugal nunca perdeu um jogo de Copa quando saiu na frente no placar, e mantém a escrita. O Irã, por ter vencido o Marrocos e pelo empate ibérico, é o líder do grupo B.




quinta-feira, 14 de junho de 2018

Apito inicial da Copa e a goleada russa



Foto: FIFA/Twitter

Começou a Copa do Mundo de 2018. Após quatro anos de espera, os amantes do futebol de todo o mundo não se importaram em assistir no jogo de abertura o confronto entre Rússia e Arábia Saudita, que pelo retrospecto das seleções não prometia muito, mas na Copa se assiste todo jogo e todo jogo pode ser um momento memorável do esporte quando se trata de Copa do Mundo. Além do jogo em si, um show que não empolgou muita gente, com Robbie Williams e uma cantora russa, além de Ronaldo aparecendo para animar o pessoal. 

Se alguém não viu o jogo por desconfiança nas seleções envolvidas, provavelmente se arrependeu após saber do placar elástico da vitória russa por 5 a 0, gols de Gazinskyi, Cherysev duas vezes, Dzyuba e Golovin. A Rússia não vencia haviam sete jogos e sofria para encontrar um estilo de jogo eficiente. Já a Arábia Saudita vinha querendo surpreender os donos da casa e sonhar, que não custa nada, com algo mais num grupo com Uruguai e Egito.

O placar elástico parecia não vir na primeira etapa, quando a seleção asiática se fechou no campo defensivo e conseguia evitar chegadas mais perigosas dos donos da casa, que sofriam com a falta de espaço para armar as jogadas e precisavam propor mais o jogo, quando a especialidade do time é a saída em ligação direta e com passes rápidos.

Foto: FIFA/Twitter


Os árabes ficaram encurralados no campo de defesa durante boa parte do jogo, trocando passes e tendo 61% de posse de bola ao final do jogo, além de 558 passes contra 343 dos donos da casa. Quando vemos as finalizações e escanteios percebemos a ineficiência dessa posse de bola. A Rússia chutou dez vezes ao gol, com sete chutes certos, enquanto a Arábia Saudita chutou três vezes mas sem acertar a meta de Akinfev. 

Os russos souberam muito bem aproveitar as bolas paradas e cruzamentos, que encontraram os jogadores bem posicionados na área. Além do fato de, quando a Arábia Saudita levou o primeiro gol, perdeu o controle defensivo e deu espaços para que as laterais pudessem ser usadas nos ataques e contra ataques da seleção da casa. Destaque individual para Aleksandr Golovin, que assumiu a responsabilidade no jogo, fazendo um gol e dando duas assistências. Outro destaque das duas seleções e que mostra que, no futebol globalizado pode fazer falta no desempenho, é o fato de 21 dos 23 jogadores da Rússia atuarem no próprio país e 20 dos 23 atletas sauditas atuarem no país. 

A Rússia se permite sonhar na Copa com esse triunfo, mas terá missões bem mais complicadas contra Egito, talvez o adversário mais direto, e o Uruguai, o favorito do grupo. Já para a Arábia Saudita as expectativas caem bastante e se torna mais obrigação ainda de Uruguai e Egito vencerem eles.







sábado, 2 de junho de 2018

Podcast Nerd Esporte #24 - Apito Final






Salve Salve Nerds! Podcast Nerd Esporte no ar pela última vez. O nosso querido podcast se despede na vigésima quarta edição e começamos um novo caminho com outro programa, que será lançado em breve. Saiba mais sobre esse processo e o que acontecerá, na presença dos nossos gloriosos João e Arthur, que recebem craque Vitor e Matheus para explanarmos tudo o que precisa ser explanado.





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sábado, 14 de abril de 2018

Podcast Nerd Esporte #23 - O estudo no futebol





Salve Salve Nerds! No ar mais um podcast, dessa vez com o João recebendo o Vinicius Fernandes, do Footure, para uma conversa sobre a importância do estudo no futebol, da análise tática e de tudo o que envolve esse esporte. Confira




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sexta-feira, 23 de março de 2018

Entrevista - Felipe Drugovich



Foto: Divulgação

Desde 1970, o Brasil tinha ao menos um piloto presente na Fórmula 1. Com a aposentadoria de Felipe Massa, o país fica sem um representante. Para a história brasileira na categoria e no automobilismo mundial no geral, surgem alguns nomes como futuros talentos. Um deles é Felipe Drugovich, nascido em Maringá e que, aos 17 anos, já corre na Europa em busca de um lugar ao sol no competitivo mundo do automobilismo. Confira a nossa entrevista com ele.

Você começou a sua carreira no kart aqui no Paraná? E o seu tio, o Oswaldo Drugovich Jr, bicampeão da Fórmula Truck, foi uma influência para você começar no automobilismo?

Felipe: Sim, minha primeira corrida de kart foi em Campo Mourão, perto da minha cidade natal, Maringá. Com certeza foi, e não somente ele como meus outros tios que sempre tiveram paixão pela modalidade.

E qual foi o apoio da sua família em  relação a seguir uma carreira nas pistas?

Felipe: O apoio da minha família foi e é uma das minhas maiores vantagens. Sempre me ajudam ao extremo em todas as ocasiões, mas nunca me pressionaram.

Você correu no Brasil e, em 2016, já foi para a Europa para correr nos monopostos. Como foi esse começo, e você acha que teve uma adaptação rápida na Europa em relação às diferenças com as categorias que você correu no Brasil?

Felipe: Eu comecei a correr na Europa de kart já em 2013 até 2015 e consegui bons resultados. Este período foi ótimo pra mim como adaptação para as competições europeias, assim, não começando o meu primeiro ano de carros em 2016 “do zero”.
 O automobilismo europeu é muito mais competitivo do que qualquer outro no mundo, e por isso quando comecei aqui, fiquei assustado pelo tanto que teria que melhorar. Mas na minha opinião foi a melhor coisa que aconteceu comigo, me fortaleceu absurdamente.

Foto: Divulgação

Tanto na Fórmula 4 Alemã quanto na italiana você obteve bons desempenhos, além do próprio MRF Challenge. Como você avalia essas participações?

Felipe: Com 17 vitórias em 2017 foi um ano excepcional, fui o piloto com mais vitórias nos campeonatos que disputei e conquistei o título do MRF challenge em 2018.

Você chegou a correr três etapas do europeu de Fórmula 3, que conta com nomes promissores, como o atual campeão Lando Norris, hoje piloto de testes da Mclaren. Seria essa a categoria ideal para seguir?

Felipe: Corri a ultima etapa (3 corridas) da FIA Formula 3 europeia e a ultima etapa da Euroformula Open em 2017. O FIA F3 é um campeonato muito competitivo, mas no momento estamos focados no Euroformula Open, que vou disputar este ano.

O Brasil ficará esse ano sem um piloto na Fórmula 1, o que não acontece desde 1970, e o Paraná, desde Ricardo Zonta, não tem um representante na categoria. Como você vê a realidade do automobilismo nacional e as chances dos pilotos brasileiros e paranaenses, de chegarem na maior categoria do automobilismo mundial?  E existe uma pressão para um sucesso dos pilotos brasileiros?

Felipe: A situação do automobilismo brasileiro, assim como a economia, é bem decadente no momento, não ajudando na ida de brasileiros pra F1, principalmente na parte financeira. O povo brasileiro sempre tenta colocar pressão ou colocar defeitos nos seus próprios representantes, principalmente depois do Senna, mas isto não me afeta de maneira alguma.

Foto: Divulgação

Nomes como Jaime Melo Jr e Augusto Farfus, se aventuraram no turismo europeu e conseguiram resultados expressivos. O turismo também é uma alternativa para você? Ou outras categorias, como a Fórmula Indy ou a própria Fórmula E também seriam opções?

Felipe: Meu alvo é chegar em alguma categoria de topo do automobilismo mundial, lógico, com a F1 sempre no lugar mais alto. Também existem ótimas categorias de fórmula que não sejam F1, como Formula E, Formula Indy e Super Formula e também em carros de turismo, como DTM, Super GT e WEC. Não ficaria nem um pouco triste em sentar em qualquer um destes carros, todas estas estão neste meu “alvo”

Existe algum piloto, do passado ou do presente, que te inspira ou é uma referência quando você corre?

Felipe: Logicamente, como a maioria dos pilotos, o Senna inspira a todos nós. Como piloto e pessoa.


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